Veja abaixo as dúvidas levadas pelos estudantes Jonata Fabris e Sabrina Dias ao jornalista do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, que ministrou palesta na PUCRS em 23 de abril.
As dúvidas dos estudantes
Como é a formação?
O curso de Jornalismo é estruturado em quatro anos, em que os estudantes têm aulas práticas dos três veículos tradicionais (rádio, TV e jornal), além do uso de novas tecnologias de informação e comunicação. Há, ainda, disciplinas de ética e língua portuguesa. Cavechini recomenda que o acadêmico procure cursar algumas cadeiras de cursos diferentes:
- Tive aulas nas faculdades de História, de Economia e até na de Medicina. É importante ter essa diversidade de conhecimentos e vivências.
O mercado absorve todos os formados?
Nem todos os graduados em Jornalismo conseguem uma posição em um veículo tradicional, como rádio, TV e jornal, ou em portais de notícias da internet. Com a ampliação do acesso a tecnologias de informação, hoje há mais possibilidades para que o profissional trabalhe por conta própria:
- Ser absorvido pelo mercado é um conceito da geração anterior. O mercado de trabalho está em constante mutação. Hoje, o jornalista tem a possibilidade de ser o mercado. Daqui a quatro ou cinco anos, você vai ter seu próprio canal em site de vídeos, seu próprio blog, e ganhar dinheiro com isso.
Afinal, precisa ter diploma?
A obrigatoriedade do diploma de curso Superior em Jornalismo ainda não está definida. Aprovada pelo Senado em 2012, a proposta de emenda constitucional (PEC 33), que estabelece o diploma como requisito para o exercício da profissão de jornalista, ainda aguarda votação no Congresso. Até lá, não há restrições legais à contratação de pessoas não graduadas. A discussão teve início em 2009, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) acabou com a exigência.
Sem uma opinião formada sobre o tema, Cavechini ressalta a importância de questões abordadas na faculdade, bem como da diversidade de pensamentos necessária a uma redação:
- Existe uma coisa que o curso de Jornalismo te dá que é a reflexão sobre a ética da profissão. Mas, se a pessoa tem uma outra graduação, poderia complementar a formação com um curso que não fosse a faculdade inteira de Jornalismo. Já trabalhei com gente que não fez faculdade e tem outras vivências e experiências, e o jornalismo também vive dessa diversidade. Não se pode ter uma redação de jornalistas que pensam parecido.
Depoimentos
Jonata Fabris
Natural de Relvado, no Vale do Taquari, o estudante de 19 anos se prepara para o segundo vestibular para Jornalismo. Vivendo em Porto Alegre desde o ano passado, Jonata diz ter escolhido o curso por gostar de escrever. Ele pensa em trabalhar com rádio e TV.
Conversar com o Caio Cavechini foi muito esclarecedor para mim, pois, ao abordar questões relativas à carreira, como a inserção no mercado de trabalho e a discussão sobre o diploma como critério das empresas de comunicação na escolha de profissionais, consegui compreender melhor temas relacionados à profissão.
O encontro também me ajudou a ver com clareza o papel que o jornalista desempenha na sociedade. Cavechini nos contou que fazia cadeiras de outras áreas para ampliar seus conhecimentos. Isso me fez perceber que a carreira requer empenho, uma vez que temos de aperfeiçoar nossas competências e abranger nosso discernimento a todo instante.
Sabrina Dias
Aos 18 anos, Sabrina também vai para o segundo vestibular de Jornalismo. Ela diz que fez sua opção em razão da abrangência da área. A estudante de Viamão não tem preferência por trabalhar em um veículo específico.
A conversa com o Caio Cavechini foi bem legal. Ele recomendou aproveitar ao máximo o que a universidade nos oferece durante a graduação, já que estaremos formando o nosso futuro perfil como jornalista. O que me chamou a atenção foi sua busca pelo cotidiano das pessoas na atuação como repórter.
O Caio gosta de mostrar o real do ser humano, e isso é muito interessante. O jornalismo é uma área da comunicação muito abrangente, e, com os meios que temos hoje, como as plataformas digitais, fica bem mais acessível trabalhar por conta própria em cima de algo de que se gosta. E, como em qualquer outra carreira, nem tudo são flores. O jornalismo é maçante e requer muito interesse e persistência. Apesar de alguns pontos negativos, não vou desistir da graduação.