Natural de Porto Alegre, Marcio Faria Correa, 44 anos, deu os primeiros passos na carreira ainda na infância. Aos 12 anos, ingressou nas categorias de base do Internacional, como jogador de futebol. Na adolescência, jogou no Grêmio e, em seguida, atuou em clubes diferentes no país. Já nessa época, tinha curiosidade sobre o trabalho dos preparadores físicos e médicos das equipes em que jogava.
Quando ingressou no curso de Educação Física, começou a pensar em se dedicar à profissão de preparador. Largou a carreira de jogador e, aos poucos, começou a se especializar. Já fez duas pós-graduações, uma em Preparação Física Moderna e outra em Ciência do Esporte, e atuou em dezenas de clubes, até mesmo na Arábia Saudita.
Hoje, Correa é preparador físico do Criciúma Esporte Clube, em Criciúma (SC). Confira abaixo o relato do profissional sobre o desenvolvimento de sua carreira:
O início como jogador
Minha história no esporte começou aos 12 anos, nas categorias de base de clubes em Porto Alegre. Segui na carreira e fui atleta profissional, jogando em vários clubes do Brasil.
Aos 23 anos, já cursando Educação Física, resolvi abandonar a carreira de jogador. Como mudei algumas vezes de time, acabei estudando em quatro faculdades e demorei um pouco mais para concluir a graduação na cidade de Palmas (PR). Mas, ao mesmo tempo, tive uma vivência importante nesse período. Pagava a faculdade com o que ganhava no futebol.
A Educação Física
Escolhi o curso por influência de alguns profissionais que comecei a admirar pela dedicação que tinham com seus atletas. Eram preparadores físicos, principalmente nas categorias de base dos clubes em que estive. Percebia que o objetivo deles era o cuidado com a minha saúde e a minha carreira. Em algumas viagens, costumava sentar no ônibus ao lado do preparador físico ou do médico do clube, pois queria aprender o significado daquilo que se executava nos treinos.
A profissão
Hoje a carreira é mais ampla, pois a profissão evoluiu com o desenvolvimento da ciência do movimento humano. As pesquisas nos proporcionam novas maneiras de fazer com que nossos atletas tenham melhor rendimento para competir, treinar e se recuperar. Isso requer uma atualização constante de quem trabalha na área. A preparação de atletas de futebol não deve ser baseada no feeling, mas nas evidências que a ciência nos traz.
O dia a dia
É fundamental que o profissional consiga converter o conhecimento que tem em ações no dia a dia. Para isso, a comunicação é um ponto chave na preparação de atletas. Nada pode ser segredo, o conhecimento do preparador deve ser disponibilizado para os atletas. Também temos que saber traçar metas e objetivos, além de conseguir fazer com que os jogadores acreditem no potencial do trabalho diário.
Atualização constante
É determinante que se tenha formação em Educação Física para ser preparador. Mas a faculdade não trará tudo o que é necessário. Então aconselho a busca por cursos de especialização, estágios, contatos com preparadores mais experientes e, acima de tudo, estar sempre por dentro da evolução da ciência do esporte. Conheço os processos técnicos, a estratégia de jogo, a fisiologia, os métodos de treinamento e a psicologia do dia a dia. Mesmo tendo mais de 20 anos na área, sempre gosto de observar treinamentos de outras categorias, pois é sempre possível buscar métodos novos.
Conheça o curso
Coordenador do curso de Educação Física do Centro Universitário Metodista do IPA, Leandro Vargas elencou algumas questões importantes para quem deseja seguir nesta área:
Áreas de atuação
> O bacharel em Educação Física pode atuar em todas as áreas profissionais, exceto na escola, que é a área de atuação do licenciado em Educação Física. A grande vantagem do bacharel é a possibilidade de ser autônomo, criando sua própria empresa.
Mais cuidado com a saúde
> Nos últimos anos, as graduações focaram mais na área da saúde e da prevenção de doenças. Por isso, os setores que têm crescido bastante são as academias, o treinamento personalizado e os grupos de corrida, por exemplo.
Habilidades importantes para quem deseja seguir a carreira:
> Ter vontade de ser professor de Educação Física
> Gostar de trabalhar com pessoas
> Estar consciente da sua importância para o crescimento físico e psicológico das pessoas
> Ter capacidade de liderança
Algumas cadeiras do curso do Centro Universitário Metodista do IPA:
> Filosofia
> Psicologia
> Anatomia
> Fisiologia humana
> Fisiologia do exercício
> Bioquímica
> Futebol, handebol, entre outros