Escola estadual mais afetada pela enchente de setembro em Muçum, no Vale do Taquari, a Souza Doca, que atende estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio, recebeu reparos emergenciais importantes para voltar a funcionar, como a pintura de suas estruturas, a substituição dos portões, a troca dos telhados e a aquisição de novos equipamentos para a cozinha. O estrago, porém, foi tão grande que ainda falta muito para a instituição voltar a ser o que era.
— Nós retornamos bem melhor, neste ano letivo, na comparação com o encerramento do ano passado. Foram feitas reformas, pinturas e substituição de grades e portões, porque já não havia mais nenhum, pois a enchente tinha danificado. A biblioteca está sendo restabelecida no andar superior, porque ficava embaixo e, devido às duas enchentes que já aconteceram, não vamos insistir — relata o diretor, Jamir Joanella.
A parte hidráulica da instituição está funcionando. Além disso, foi possível instalar sete aparelhos de ar-condicionado. Falta, agora, poder ligá-los sem preocupação.
— A rede elétrica já era deficiente, a chuva de granizo de agosto danificou ainda mais e, com a enchente, nós estamos muito restritos. Hoje (quinta-feira, 22), chegaram novos equipamentos para a cozinha e fica a interrogação sobre se eu vou conseguir utilizar todos, porque os disjuntores caem — alerta Joanella.
No pátio, ainda há feridas abertas deixadas pela enchente. Muros foram derrubados e o playground foi interditado, até que receba a limpeza e a recuperação do mobiliário necessárias. A horta usada pelos alunos em suas atividades está desativada, também por ainda não ter sido possível, por conta da precariedade dos muros, deixá-la novamente adequada para a circulação de estudantes. No térreo da instituição, os cômodos seguem sem portas, que foram comprometidas pela água, e algumas cortinas foram improvisadas para proteger ambientes como a despensa e a cozinha.
A soma da cidade devastada com os problemas estruturais da escola culminou na redução do número de alunos neste ano. Dos 415 matriculados em 2023, restaram, em 2024, 315.
A Secretaria Estadual de Obras Públicas informou, por nota, que os aparelhos de ar-condicionado instalados durante a reforma, feita em parceria com o Instituto Jama, foram conectados a um cabo de entrada de energia que não atende as necessidades da carga total da escola, mas que “o governo já solicitou a revisão desses cabos de entrada para sanar o problema”.
As portas do térreo, segundo a pasta, serão reinstaladas “com a maior brevidade possível”. As peças estão em produção pela Escola de Marcenaria do Senai e a doação é feita pelo Sesi. Já a elaboração de elementos técnicos para reconstrução do muro “está em priorização pelas secretarias”, mas "isso não impediu a retomada das atividades letivas da escola”.