Se em setembro já foi registrado prejuízo em escolas no Vale do Taquari por conta da enchente, que causou destruição em vários municípios, o retorno da chuva forte em novembro causou ainda mais transtorno. A poucos dias do final do ano letivo, as instituições de ensino estão tendo que reorganizar as atividades e realocar os alunos para que consigam cumprir o cronograma e finalizar o ano de 2023 ainda em dezembro.
Por conta do período em que os alunos tiveram de ficar afastados das escolas ao longo do mês de novembro, professores e coordenadores estão realizando uma força-tarefa para garantir a recuperação do conteúdo e cumprir a carga horária prevista. Com isso, as escolas das redes municipais de ensino devem concluir o ano letivo na data prevista, sem atrasos no cronograma.
Segundo informações da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), nas regiões do Vale do Caí e do Vale do Taquari, que incluem Montenegro, São Sebastião do Caí, Lajeado, Estrela e Muçum entre as principais cidades afetadas, a previsão é de que as aulas presenciais retornem na última semana do mês de novembro nas escolas da rede estadual, após a devida higienização dos espaços. Não foi informado se o cronograma para finalizar o ano letivo será afetado.
Entenda abaixo como está o cenário escolar da rede municipal em alguns dos municípios mais afetados pela enchente no Vale do Taquari.
Muçum
Segundo a Secretaria da Educação, Cultura, Turismo e Desporto de Muçum, na enchente deste mês, foram atingidas as mesmas instituições que no mês de setembro. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Castelo Branco, a Escola Municipal de Educação Infantil Família Feliz, e o Colégio Municipal Alternativo sofreram com os danos causados pela enchente.
O Colégio Alternativo, localizado na Rua Silva Jardim, é um dos pontos mais afetados, tomado pelas águas da cheia do Rio Taquari. A instituição não deve retomar as atividades. As outras escolas seguem fechadas desde o dia 4 de setembro. Estão previstas as reformas ainda neste ano, para que possam reabrir em 2024. Já são feitos serviços como reparos, limpeza e preparação das escolas para que iniciem as obras.
Mas todos os estudantes estão tendo aulas, com a realocação das turmas em duas escolas que não foram afetadas pelas enchentes: a Emei Pingo de Gente e a Emef Jardim Cidade Alta. Antes, havia turno integral em todas as instituições de ensino da rede municipal.
Com menos estrutura para atender os alunos, eles estão indo em apenas um turno. Mas a previsão é que se cumpra o cronograma como previsto, com encerramento do ano letivo no dia 15 de dezembro.
Encantado
Conforme a secretária de Educação e Cultura de Encantado, Stéfanie Casagrande, seis escolas do município foram atingidas pelas enchentes. Algumas delas seguem sem condições de receber os alunos desde a enchente de setembro, mas todas as turmas foram realocadas e já estão tendo aulas normalmente em outras instituições de ensino.
Após a limpeza e reparos, as aulas foram retomadas na Emef Erico Verissimo no dia 18 de setembro. Quando ocorreu a última tempestade, nos dias 17 e 18 de novembro, todos os materiais foram retirados do prédio, por precaução, mas a água não chegou a invadir a construção. As atividades foram interrompidas somente no dia 20 de novembro, e retornaram à normalidade na última terça-feira (21).
As demais instituições de ensino foram mais prejudicadas e tiveram que realocar seus alunos para dar seguimento ao cronograma. Segundo a secretária, não há condições de retornar na Emei Navegantes, que será totalmente reconstruída. A instituição está atendendo seus alunos provisoriamente em espaços da Emef Erico Verissimo.
A situação também foi grave na Emei Pequeno Príncipe. A prefeitura alugou um espaço protegido das enchentes para atender os estudantes, que estão tendo aulas sem interrupções desde o dia 4 de outubro. Desde 25 de setembro, os alunos da Emei Pingo de Gente, que também foi devastada pela água, estão tendo aula normalmente. Eles foram realocados para espaços na Escola Estadual de Ensino Fundamental Dômenico Vicentini.
É o mesmo caso da Emei Lagoa Azul, que sofreu com os impactos da primeira enchente. Desde setembro, os alunos da escola estão frequentando as aulas no Centro Municipal de Educação, sem interrupções.
Já a Emei Lajeadinho, que havia interrompido as atividades após a destruição de setembro, passou por reforma e teve que fechar novamente na última segunda-feira (20), por conta da chuva. Mas as aulas foram retomadas na última terça-feira. Durante a reforma, os alunos foram atendidos na Emei Santa Clara.
Lajeado
Em Lajeado, também não há estudantes afastados da escola. Uma das duas instituições de ensino que foram atingidas pelas enchentes já voltou a funcionar normalmente, com o recuo da água. As aulas estão ocorrendo normalmente na Emei Risque e Rabisque, no Centro de Lajeado.
Já os alunos do contraturno que frequentam o Projeto Vida São José ficaram alguns dias sem as aulas, por conta da nova enchente. As atividades serão retomadas em um novo espaço na próxima segunda-feira (27), segundo a Secretaria de Educação do município.