Metade da população é a favor das cotas raciais nas universidades públicas, aponta pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (12) pelo jornal Folha de São Paulo. O apoio é de 51%. Declararam-se contrários 34%. Outros 3% se mostraram indiferentes e 12% disseram não saber responder.
A pesquisa mostra que a aprovação muda conforme o segmento da população. O apoio é maior, de 60%, entre pessoas com filhos em escolas particulares —que, teoricamente, seriam preteridos com a ação afirmativa.
Quanto mais jovem, escolarizada e de maior renda a pessoa, maior é o apoio a essa ação afirmativa. Também há aprovação levemente superior entre a população preta (53%) e parda (52%) do que entre brancos (50%).
A pesquisa ouviu 2.090 pessoas a partir de 16 anos em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento, feito em março, é em parceria com a Unicamp (Universidade de Campinas).
A reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas foi consagrada em 2012 com a Lei de Cotas que obrigou todas as entidades federais de ensino superior a adotar a política. Existem também reservas para pessoas portadoras de deficiências. As cotas passaram a ser implementadas de forma escalonada até chegar, em 2016, à reserva de 50% das vagas para a escola pública.
Um estudo recente do pesquisador Adriano Sekenvics, do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostrou que a participação de pretos, pardos e indígenas nas instituições federais de ensino superior vindos da escola pública passou de 27,7%, em 2012, para 38,4% em 2016.
Dados de 2019 mostram uma proporção de 39% desse público nas universidades, segundo pesquisa da Ação Educativa e Lepes (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Pretos, pardos e indígenas somavam naquele ano 56% da população com idade entre 18 e 24 anos.