Após a extinção da colônia de férias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), localizada em Tramandaí, no Litoral Norte, está sendo planejada a criação do Centro de Inovação UFRGS Litoral no local. A proposta, no entanto, é cercada de polêmicas junto à comunidade acadêmica, que critica a forma como o serviço foi extinto e a falta de debates dentro da instituição para a criação do novo órgão — uma comissão especial formada para analisar o tema dentro do Conselho Universitário (Consun) deve, inclusive, apresentar um parecer emergencial no dia 18 de abril pedindo a suspensão de qualquer ocupação do espaço.
O planejamento do Centro de Inovação UFRGS Litoral foi apresentado em evento online no dia 25 de março. Na semana seguinte, a prefeitura e a Câmara de Vereadores de Tramandaí também receberam integrantes da recém-formada gestão do órgão para falar sobre o novo serviço. Na página da Pró-Reitoria de Inovação e Relações Institucionais (Proir) no site da universidade, uma portaria designa dois professores — um do quadro da UFRGS e outro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) — para administrar o local. Não há, porém, documentos publicados ali que indiquem a criação em si do centro. A não divulgação dessa publicação é usada como justificativa pela comissão especial para pedir a suspensão da ocupação do lugar.
O imbróglio envolvendo o espaço da colônia de férias foi pautado em reunião do Consun nesta sexta-feira (8). No encontro, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Ludymila Barroso, e a diretora do Parque Científico e Tecnológico Zenit, Roberta Bussamara Rodrigues, prestaram esclarecimentos sobre suas participações em todo o processo. O motivo é que a colônia era, antes, parte do patrimônio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), algo que foi mudado em ofício, em janeiro, que repassava integralmente o espaço para a Proir. O local foi oferecido para ocupação do Parque Zenit, que o recusou.
Durante a reunião, Ludymila afirmou que a extinção da colônia de férias se deve à falta de recursos para mantê-la e que ela não sabia que o Campus Litoral Norte (CLN) tinha planos para o local. Em entrevista em janeiro, a diretora da unidade acadêmica, Liane Ludwig, relatou a GZH que a comunidade da região ficou surpresa com a decisão, uma vez que há demandas por espaço físico para poder atender a graduação, a pós-graduação e atividades de pesquisa e extensão, que incluíam também atividades de inovação.
Para o final de maio, a comissão especial do Consun deve apresentar um parecer completo sobre o assunto. Procurada, a UFRGS não retornou com mais informações sobre o novo projeto até o fechamento deste texto.