A volta às aulas da rede pública estadual no Rio Grande do Sul está prevista para 21 de fevereiro. E, como em todos os anos, há expectativa com relação ao quadro de professores, mas também sobre a estrutura das escolas – muitas enfrentam problemas na rede elétrica, telhados ou têm necessidade de pequenos reparos. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (27), a secretária da Educação, Raquel Teixeira, afirmou que o Estado "nunca começou um ano com tantas obras avançadas e com escolas tão bem preparadas".
Raquel destacou que a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) depositou, na quarta-feira (26), R$ 200 milhões nas contas das escolas. Dinheiro que pode ser manejado pelos diretores para obras sem necessidade de licitação ou interferência da pasta, o que, na avaliação da secretária, dará mais agilidade e autonomia às instituições.
— Esse dinheiro já existia, mas em quantidade menor. Algumas escolas receberam três vezes mais do que recebiam antes.
O recurso liberado às escolas deverá ser usado em questões de estrutura, como para a rede elétrica e hidráulica, manutenção predial, pintura e compra de equipamentos. Segundo a secretária, os líderes das escolas tiveram que participar de seminários sobre como aplicar os investimentos — algo inédito, segundo Raquel.
— O Estado está preparando, com muita dedicação, iniciativas bastante concretas. Não quero comparar com nada, mas teremos um ano promissor. Estamos fazendo um esforço enorme para começar as aulas com tudo em cima — afirmou a secretária.
Raquel disse, no entanto, que grandes reformas ainda ficarão com a Secretaria de Obras do Estado.
— Nós criamos uma diretoria dentro da Secretaria de Educação para ficar sabendo das obras que estão acontecendo. Isso tem mostrado resultados, tanto que vamos começar o ano com um número muito menor de obras não terminadas do que sempre aconteceu — disse.
– O Ciep (Centro Integrado de Educação Pública), de Guaíba, foi destruído na semana passada, mas nós agimos muito rápido. O projeto de reforma já está pronto. Demos a abertura para a licitação. A reforma custará R$ 483 mil — completou.
Além dessa obra, a secretária falou sobre uma escola indígena que foi destruída pelo temporal, afirmando que o governo já está acompanhando a situação. A escola Érica Marques, de Terra de Areia, com obras paradas há muitos anos, já foram retomadas.
Segundo Raquel, o governo deve lançar uma plataforma com QR Code para os próprios cidadãos informarem sobre o avanço dos serviços nas escolas.
— É direito da comunidade acompanhar essa aplicação do dinheiro. É muito importante o acompanhamento social — afirmou.
Rematrícula
A secretária fez ainda um apelo para que alunos e ex-alunos façam a rematrícula neste ano letivo. O processo vai até o dia 9 de abril, porém, quem perder o prazo ainda poderá comparecer à central de vagas, que está fazendo o atendimento 100% presencial.
— A escola é a porta de entrada para dar as ferramentas. Vamos matricular todas crianças, todos os jovens, que ainda não estejam matriculados. Quem abandonou, volte. A escola ajuda a recuperar o que foi perdido — disse Raquel.
Reforço
Segundo a secretária, as aulas de reforço para alunos prejudicados pela pandemia acontecem desde o segundo semestre do ano passado e devem seguir até o final de 2022. No total, mais de 4 mil novos professores estão trabalhando no processo.
Do 2° ano ao 3° ano do Ensino Médio, todos os alunos terão, por semana, duas horas a mais de língua portuguesa e três horas a mais de matemática.
— Os professores contratados foram escolhidos de acordo com o perfil pedagógico para preencher as lacunas de aprendizagem que os alunos tiveram, como foi mostrado na avaliação diagnóstica. Este ano teremos um sistema muito mais robusto — disse.