Os dois principais sindicatos de professores do Rio Grande do Sul e a Famurs (entidade que representa os municípios) defendem, em uníssono, que a volta as aulas seja autorizada pelo Estado apenas quando os indicadores de mortes por coronavírus reduzirem drasticamente, por um longo período.
O Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro) argumenta que o governo do Estado inverte a ordem, ao marcar datas de retorno antes de haver queda consistente nos indicadores da doença.
– No momento, é impossível retomarem as aulas presenciais, em razão de que temos um percentual alto de pessoas infectadas. Consideramos que esta forma de encaminhar o problema está equivocada: não podemos marcar um dia para começar, mas, sim, devemos ver como estão as condições e depois marcar o dia (de retorno). Se faz um planejamento para daqui a 15 dias, sem saber como vai se portar a curva. É uma avaliação às avessas – avalia Cecília Farias, diretora do Sinpro.
Helenir Schürer, presidente do Cpers, sindicato que representa os professores da rede estadual, defende que é preciso aguardar ao menos três semanas de queda nos indicadores para que os professores se sintam seguros para voltar às salas de aula.
— Só admitimos começarmos a discutir o retorno as aulas quando a curva estiver decrescente e perene. Tem que haver uma curva descendente e firme. Temos que ter três ou quatro semanas de queda de contaminação e mortes no Estado (antes do retorno). O que não temos hoje. Em segundo lugar, temos que ter testes (na comunidade escolar). O teste é a única forma de detectar os assintomáticos — aponta Helenir.
A Famurs mantém a sua posição contrária à volta imediata às salas de aula. O presidente da entidade, Maneco Hassen, diz que é preciso enxergar a queda de mortes, de forma consistente, por ao menos duas semanas, antes de recolocar crianças e servidores em sala de aula.
– Devemos voltar somente quando tivermos segurança para isso. Quando teremos segurança? Quando os números da pandemia baixarem, para que a gente tenha as condições sanitárias para não colocar crianças e servidores da educação em risco. A curva tem que baixar de forma consistente, ao menos, por 15 dias (para podermos voltar) – aponta Hassen.
O governo do Estado recuou do primeiro calendário proposto, que previa volta das aulas presenciais a partir de segunda-feira (31). Um novo cronograma deve ser definido e anunciado pelo Piratini, nesta quinta-feira (27), provavelmente prevendo retorno a partir da primeira quinzena de setembro, de forma escalonada, começando pela Educação Infantil.