O Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) se manifestar sobre o cronograma do Enem.
No despacho, do dia 4 de maio, o ministro Augusto Nardes, do TCU, diz que a pandemia do coronavírus tem profundos reflexos na educação e indica existir necessidade de alteração do calendário da prova. Ele afirma que a crise da covid-19 coloca em risco os princípios, diretrizes e objetivos do exame.
A manifestação do ministro foi dada em uma representação feita pelos deputados Idilvan Alencar (PDT-CE) e Túlio Gadêlha (PDT-PE). Os parlamentares pediram a suspensão do cronograma.
Entre 19 países que têm exames de ingresso no ensino superior similares ao Enem, apenas 5 mantiveram o calendário de aplicação de provas, entre eles o Brasil. As inscrições para o Enem abriram nesta segunda-feira (11).
Na contramão do que sugerem secretários de Educação, o ministro da Educação, Abraham Weintraub afirmou que não haverá adiamento das provas. Em postagens pelas redes sociais, o ministro deu cores ideológicas para a pressão pelo adiamento do Enem. "Políticos de esquerda querem 'adiar' o Enem, que será lá em novembro. Adiar para março? Abril? Na prática, perde-se o ano", escreveu ele em 4 de maio em sua conta no Twitter.
Em reunião com senadores na última terça-feira (5), o ministro disse não ver motivos para alterar a data da prova e afirmou que o exame não foi feito para corrigir injustiças.