Como tentativa de travar a disseminação da pandemia de coronavírus, escolas de diferentes lugares no Brasil e no mundo estão com as portas fechadas. Como alternativa, cresceram as aulas online, já adotadas por diversas instituições. Em entrevista ao Gaúcha + desta segunda-feira (20), o professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e doutor em educação Gergório Grisa apresentou algumas considerações sobre a situação do ensino remoto.
Para Grisa, o tempo de afastamento provocado pela pandemia implicará na forma como as aulas são dadas. Ele afirma que as instituições de ensino não estavam preparadas para enfrentar tudo isso, mas que o momento é uma oportunidade para pensar com criatividade.
— É interessante frisar que não há possibilidade de comparar recurso remoto com atividade presencial. A interação entre professor e aluno é insubstituível. Porém, nessa situação, temos que ter criatividade — salienta.
O professor também reforça que a possibilidade de atividades remotas é oportunidade para se pensar em outras estratégias de ensino, sem a centralidade do professor. A transição da aula continuada para o tipo de metodologia que não necessariamente concentra a atividade educativa em aulas expositivas é uma delas.
— Nós temos a oportunidade de levar aos docentes esse desafio. Com a facilidade do acesso, podemos propor atividades que não sejam monótonas, atividades que vão além das aulas online, como metodologias ativas e resolução de projetos e problemas.
Grisa reforçou ainda ser necessário manter o contato com os estudantes durante o período atual, pois "não temos noção do quanto pode durar". A adequação para propor atividades que sejam executáveis também deve ser prioridade, para "não causar impacto ainda pior" para os alunos.