O anúncio da liberação de mais um montante de recursos do Ministério da Educação (MEC) às universidades federais traz fôlego para a manutenção da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas ainda não é suficiente para garantir o custeio da instituição até o fim do ano. Até o momento, a UFSM recebeu do governo federal R$ 82,5 milhões para manutenção (demandas do dia a dia como contas de água, luz, telefone e terceirizados) e capital (obras e investimentos). Com os R$ 18,8 milhões liberados na segunda-feira (30) pelo MEC, a instituição contabiliza R$ 101,3 milhões, o que corresponde a, aproximadamente, 71% do total da Lei Orçamentária Anual (LOA) - que chega a 142,9 milhões.
O recurso será utilizado, basicamente, para o pagamento de contratos de limpeza e manutenção de postos de trabalho, vigilância física e monitorada, continuidade da assistência estudantil, energia elétrica, água e também para a continuidade de atividades de ensino, pesquisa e extensão. De acordo com o pró-reitor de Planejamento da UFSM, Frank Casado, o montante será suficiente para manter os serviços na instituição até meados de outubro:
— Mesmo com a liberação recente do Ministério da Educação, ainda temos cerca de 29% do orçamento congelado. Com o total liberado até agora, conseguiremos pagar somente algumas contas atrasadas de agosto, setembro e parte das despesas de outubro. Ou seja, ainda faltará verba para garantir a manutenção da universidade em parte deste mês, em novembro e em dezembro.
Diante deste cenário em que a UFSM ainda contabiliza aproximadamente 29% do orçamento (R$ 41,6 milhões) congelado, as medidas de redução de custos, anunciadas no início de setembro, ainda estão mantidas. Entre as principais orientações, está a redução do consumo de energia elétrica, por meio do racionamento do uso do ar-condicionado e também a suspensão da concessão de novas bolsas de trabalho - este benefício traz uma remuneração para os estudantes que exercem atividades na instituição.
No documento emitido pela reitoria, ainda era comunicada a possibilidade de restrição do Restaurante Universitário (RU) somente para estudantes com benefício socioeconômico. Contudo, a medida, momentaneamente, não foi tomada. Conforme o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Clayton Hyllig, outras ações para reduzir custos nos RUs foram colocadas em prática como, por exemplo, a redução da oferta da carne bovina - que era fornecida três vezes por semana e agora passará a ser oferecida de uma a duas vezes:
— Estamos diminuindo a oferta de carne bovina, substituindo por carne suína e frango. Além disso, estamos procurando, dentro das leguminosas e verduras, aquelas que têm menor custo, as da estação. Conservas e produtos industrializados também estão reduzidos.
A sobremesa também deixará de ser oferecida assim que os estoques acabarem — em cerca de 15 dias. O pró-reitor destaca ainda que, para manter em funcionamento os seis RUs dos campi da universidade, ainda é necessário R$ 5 milhões. O valor garantiria a manutenção dos serviços até o final do ano nos dois Rus do campus sede, no bairro Camobi e no prédio da Antiga Reitoria, no centro de Santa Maria, assim como nos restaurantes dos demais campi de Cachoeira do Sul, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões.
Em agosto, a universidade deixou de servir sucos nas refeições dos três RUs do campus de Santa Maria. O serviço de fornecimento da bebida, que era terceirizado, custava R$ 800 mil por ano à instituição. Ainda com foco na redução de custos, em setembro, a UFSM restringiu os acessos à universidade aos finais de semana. Quem precisa entrar ou sair da instituição deve utilizar apenas a Avenida Roraima.