Sem abordar aspectos relacionados à situação financeira do Colégio Metodista Americano, de Porto Alegre, Marilice Trentini de Oliveira, diretora pedagógica da escola, aceitou responder a questões relacionadas a temas pedagógicos e administrativos, por e-mail. Sobre a crise, a Rede Metodista, com sede em São Paulo, limitou-se a enviar apenas uma nota que já havia sido divulgada na semana passada.
Como a escola justifica o aumento demasiado do número de alunos em sala de aula? Duas turmas do 6º ano de 2018 foram fundidas em apenas uma de 7º ano em 2019, a 73. Os pais reclamaram e ouviram, da escola, que isso não afetaria a qualidade do ensino. De que forma a qualidade do ensino não será afetada se continua sendo apenas um professor para o dobro de alunos?
O Colégio Americano sempre foi reconhecido pela inegável qualidade pedagógica, observando os números que a legislação e acordo sindical orientam para a formação de turmas, nunca os ultrapassando. Da mesma forma, a partir de avaliação da equipe pedagógica, também mantém turmas com quantidade consideravelmente abaixo da capacidade, quando indicado. Em nenhum momento há alunos "em dobro" como citado acima, visto que permaneceremos cumprindo com nossos compromissos.
Volto a questionar sobre o número de alunos na turma do 7º ano. Houve, segundo os pais, esse aumento de 18 para 35.
Em 2019, no caso específico da turma 73, turno da tarde, a turma é composta por 33 alunos, sendo que o limite seriam 36. No ano anterior, tínhamos duas turmas de 6º ano pela tarde, com 19 e 25 alunos. Em nenhum momento há alunos "em dobro". É característica dessa faixa etária na escola a migração do turno da tarde para o turno da manhã, por preferência dos familiares, o que gerou apenas uma turma desta série no turno da tarde.
O Colégio Metodista Americano tem 133 anos de história, já superou muitos momentos difíceis, tem uma comunidade escolar com vínculos afetivos e familiares com esta instituição, muito envolvida em contribuir com a superação das dificuldades. Estamos juntos, aprendendo e ensinando que a melhor forma de superação das dificuldades é pela união.
MARILICE TRENTINI DE OLIVEIRA
Diretora pedagógica do Americano
Pais reclamam da queda no nível de aprendizagem. A mesma turma citada anteriormente teve vários alunos com mau desempenho em uma avaliação de matemática, e os pais atribuíram isso ao fato de que um único professor precisa ensinar a matéria ao dobro de alunos. O que a senhora tem a dizer sobre isso?
A média é 7, e temos por hábito acompanhar, por gráficos e planilhas, o desempenho dos estudantes individualmente, por componente curricular, bem como por turma. Essa medida nos auxilia muito na identificação dos resultados e na tomada de decisão rápida para reduzir as dificuldades, quando percebidas. Não houve queda no desempenho dessa turma em nenhum componente curricular. Por exemplo, na disciplina de matemática, conforme análise, as turmas 63 e 64 obtiveram a seguinte média, respectivamente, em 2018: 7,75 e 7,8. Já em 2019, a turma 73 obteve média 8,65 no primeiro trimestre. Ou seja, houve um crescimento no desempenho na disciplina citada, bem como em todas as demais.
Vocês não temem uma debandada de estudantes? Há pais se articulando para mudarem seus filhos em bloco para outras instituições no próximo ano.
O Colégio Metodista Americano tem 133 anos de história, já superou muitos momentos difíceis, tem uma comunidade escolar com vínculos afetivos e familiares com esta instituição, muito envolvida em contribuir com a superação das dificuldades. Estamos juntos, aprendendo e ensinando que a melhor forma de superação das dificuldades é pela união.
A crise financeira atual é do Brasil, é do Rio Grande do Sul e, por consequência, dos diversos setores, incluindo o setor de educação. Porém, temos avançado na qualidade pedagógica oferecida aos nossos alunos, que é reconhecidamente uma das melhores propostas pedagógicas de toda a região.
MARILICE TRENTINI DE OLIVEIRA
Diretora pedagógica do Americano
A escola tem receio de que a crise financeira, que atinge diretamente centenas de famílias de professores e demais funcionários, interfira na qualidade do ensino oferecido?
A crise financeira atual é do Brasil, é do Rio Grande do Sul e, por consequência, dos diversos setores, incluindo o setor de educação. Porém, temos avançado na qualidade pedagógica oferecida aos nossos alunos, que é reconhecidamente uma das melhores propostas pedagógicas de toda a região.
Presta-se alguma espécie de auxílio psicológico aos professores e demais funcionários? Têm havido demandas nesse sentido?
Isso não procede, pois, até o momento, não recebemos demanda neste sentido. Mantemos diálogo constante com funcionários e docentes e sempre oferecemos momentos de escuta por meio das equipes pedagógicas e da pastoral escolar.
Procede a informação de que, no momento, a escola não tem suprimentos para funcionamento das máquinas copiadoras?
São boatos que muitas vezes não correspondem à verdade. Essa informação não procede. Todas as necessidades relacionadas a cópias, produção de material e avaliações estão rigorosamente em dia.
Há relatos de que estariam faltando ingredientes no almoço servido aos alunos. A senhora confirma essa informação?
Mais uma informação que não procede. Mantemos dois nutricionistas na instituição para acompanhar individualmente a alimentação servida diariamente aos alunos, inclusive com atendimento a especificidades como diabéticos, vegetarianos, casos de alergia e intolerância alimentar.
Um professor fotografou um cartaz no refeitório, recentemente, em que a empresa fornecedora pedia a compreensão dos clientes por estar trabalhando com um cardápio reduzido devido a "questões internas". A senhora poderia explicar do que se trata?
A assessoria de comunicação do Colégio Americano informou que, desde 1º de julho, outra empresa presta o serviço de refeições dos colaboradores e dos alunos do turno integral foi dispensada e não presta mais serviços à escola.