A confirmação feita pelas principais universidades particulares do Rio Grande do Sul de que não vão aderir ao novo modelo do Fundo de Financiamento Estudantil, do governo federal, não impacta os estudantes que já têm contrato de financiamento com essas instituições de ensino. Só serão afetados alunos que ingressarem em cursos de graduação a partir deste ano. Quem entrou em anos anteriores continuará com o Fies até a conclusão do curso.
Das 15 instituições que integram o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), apenas seis se inscreveram na nova versão do financiamento. Na lista das universidades que não irão aderir estão PUCRS, Unisinos, Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Centro Universitário Franciscano (Unifra), de Santa Maria, e Universidade de Caxias do Sul (UCS). A principal reclamação é em relação à falta de clareza nas novas regras e aos maiores riscos de terem de arcar com a inadimplência.
Em nota, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) avalia que as novas regras do Fies "agridem o financeiro das Instituições de Ensino Superior (IES) de forma muito significativa, podendo, inclusive, provocar sérios prejuízos e um enorme comprometimento para os alunos participantes, além de uma dependência absurda em relação ao Ministério da Educação (MEC)". É que o novo modelo de financiamento cria o Fundo Garantidor do Fies (FG-Fies), que será de participação obrigatória a quem aderir ao Fies. O objetivo do fundo é garantir o crédito para os financiamentos. Assim, mesmo com dinheiro da União, o fundo será formado principalmente por recursos das instituições.
No começo deste ano, o presidente Michel Temer sancionou as alterações no programa aprovadas no Congresso Nacional. Com as novas regras, quem aderir ao Fies a partir deste ano não terá mais um prazo de carência de 18 meses, após a conclusão do curso, para o início do pagamento do financiamento. O programa também passou a ser dividido em três modalidades.
Renovação dos contratos
Para quem já tem o Fies, os contratos devem ser renovados a cada semestre, mantendo as regras anteriores. O presidente do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS), Bruno Eizerik, afirma que esses alunos até poderão aderir ao novo modelo do Fies. Mas destaca que "ninguém vai querer fazer a mudança porque as regras são piores".