O governo gaúcho estuda realocar alunos e vender prédios de escolas estaduais. A informação é do secretário de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos, Rafaeli di Cameli. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta terça-feira (9), ele disse que o tema já é discutido no governo devido à queda no número de estudantes na rede pública estadual.
Segundo Di Cameli, não há um prazo para efetivar a venda dos prédios. O secretário afirmou que cada caso deve ser analisado dentro de suas particularidades.
— Hoje diminuiu o número de alunos. Então tem colégios que estão subutilizados. O secretário de Educação está trabalhando em concentrar alunos de um mesmo bairro em um colégio só, para poder, eventualmente, alienar esses imóveis e investir em estrutura da educação. Entretanto, isso tem que ser feito caso a caso — disse.
O secretário deu um exemplo hipotético do colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, onde uma área de 12 mil metros quadrados não seria totalmente utilizada. Ele frisou, no entanto, que não há nenhuma perspectiva de vender o terreno da instituição da Capital.
Cameli também comentou sobre o leilão de terrenos do Daer, realizado ontem, e que terminou com apenas um dos três espaços oferecidos vendidos. Uma propriedade do Estado em Bento Gonçalves foi vendida por R$ 2,2 milhões. Duas áreas ofertadas, uma em Bento Gonçalves, avaliada em R$ 25 milhões, e outra em Santa Maria, estimada em 24 milhões, não foram arrematadas e deverão ir a leilão novamente nos próximos meses.
Secretaria da Educação diz não ter planejamento de venda de prédios de escolas
A secretaria de Educação do Estado foi procurada e disse que ainda não tem um levantamento sobre a possibilidade de venda de áreas de escolas. Segundo nota divulgada pela pasta, desde o ano passado, o governo gaúcho está tentando otimizar o aproveitamento das escolas.
Leia a nota na íntegra:
"A necessidade de readequação dos espaços das escolas da rede pública estadual em relação a demanda dos alunos é uma realidade. Já desde o ano passado, a Seduc tem otimizado, gradativamente, o aproveitamento de estabelecimentos de ensino.
Vale lembrar que, em 11 anos, a quantidade de estudantes da rede pública caiu de 1,5 milhão para menos de 920 mil, uma redução de quase 40%, fenômeno causado, sobretudo, pela redução da taxa de natalidade de todo o país.
Em relação as áreas que poderão ser vendidas ou alienadas, a Secretaria de Educação do Estado, ainda não dispõe de um levantamento, não existindo, portanto, uma avaliação sobre medidas neste sentido. Ressalta, no entanto, que a preocupação maior de qualquer iniciativa de gestão patrimonial tem como objetivo a melhoria do atendimento do aluno e da comunidade escolar envolvida."