Enquanto a assembleia do Cpers decidiu manter a greve nas escolas do Estado, a adesão dos professores à mobilização está perdendo força. A afirmação é da própria presidente do sindicato, Helenir Schürer.
Segundo ela, a baixa participação no ato ocorrido ontem, no Ginásio Gigantinho, é um indicativo de que a maioria dos docentes quer voltar às salas de aula. Foram 730 votos pela continuação da greve e 691 pelo fim do movimento.
Apesar de ter tido sua opinião vencida na Assembleia, a presidente da entidade diz que irá respeitar a decisão e tentará mobilizar mais professores a partir da semana que vem.
“A ampla maioria indica que quer o fim da greve, mas eu vou cumprir meu papel no sindicato. Precisamos percorrer o interior em busca de apoio para fortalecer o movimento”, diz.
Integrantes do Cpers afirmam que uma briga política causa divergências dentro do sindicato. A manutenção da greve ocorreu principalmente por causa da mobilização de professores que fazem oposição à atual diretoria, com perfil mais radical.
Um dos entraves para a negociação com o governo é a falta de propostas de reposição salarial. Na última quarta-feira (22), a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) reafirmou que vai revogar a criação de um grupo de trabalho que avaliaria a gratificação do difícil acesso. A pasta também prometeu nomear professores sempre que necessário e priorizar o pagamento da autonomia financeira das escolas.
A greve dos professores já dura seis semanas. Não há estimativa atualizada pela Seduc e pelo Cpers sobre a adesão ao movimento.