Instituições particulares gaúchas e professores iniciaram nesta terça-feira a primeira rodada de negociação salarial do ano. O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) e o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) irão se reunir às terças-feiras, com prazo indefinido, para discutir os temas propostos na pauta de reivindicações dos professores. O Sinpro/RS pede reajuste salarial de 12% para os docentes de educação básica e Ensino Superior.
As conversas começam um dia depois de o Sinepe divulgar pesquisa que indica um cenário adverso na rede de ensino privado do Estado. O levantamento, realizado com cerca de 30% das instituições associadas ao sindicato, aponta que a maioria das escolas particulares gaúchas perdeu até 10% de seus alunos para a rede pública.
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Por conta disso, o presidente do Sinepe, Bruno Eizerik, já adianta que a reivindicação de reajuste salarial de 12% não deverá ser atendida.
– Não existe a mínima possibilidade de chegar a esse valor. Estamos adiantando 6% na folha do mês de março. Acima de tudo, queremos procurar manter o emprego dos professores e dos técnicos administrativos. A nossa ideia é não ter demissões, senão estaremos alimentando essa situação econômica – argumenta Eizerik.
A diretoria do Sinpro-RS, por sua vez, contesta a avaliação negativa do Sinepe.
– Não é isso (a diminuição de alunos) que estamos constatando nas visitas que fizemos às escolas – rebate Cecília Farias, diretora do Sinpro. – Doze por cento é praticamente a inflação do período. É um valor que já foi defasado durante o ano de 2015. Vamos fazer o acordo com o Sinepe se houver a reposição da inflação. Não estamos nem pedindo aumento real.
O Sinpro também reivindica reajuste de 15% no piso dos docentes da educação básica e equiparação dos valores hora-aula entre professores dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental.