Sempre no ranking das mais temidas, as provas de português costumam causar calafrios entre os concurseiros. Isso porque a famosa decoreba ficou no passado. Hoje em dia, as bancas cobram a gramática de forma aplicada ao texto, e não mais em questões estanques, nas quais o candidato apenas preenchia espaços com a palavra adequada.
Veja os concursos com inscrições abertas
Em resumo, é preciso que o aluno tenha competência linguística. Cleusa Pessuto Peruzzo, professora do Azambuja Cursos e Concursos, explica que as regências verbal e nominal estão entre as maiores dificuldades:
Banco do Brasil abre concurso para vagas de escriturário no Nordeste
- A pouca leitura que verificamos hoje em dia entre os candidatos faz com que eles nem percebam que a linguagem coloquial, usada no dia a dia, e a norma culta são completamente diferentes. Então, eles chegam na hora da prova e trocam "vou ao shopping" por "vou no shopping", por exemplo. É um erro sutil e muito comum, que demonstra o total desconhecimento da regra.
Veja dicas de como estudar com videoaulas para concursos
A leitura é fundamental para que o candidato se saia bem na prova de português, porque facilita a interpretação e a produção de textos, além de auxiliar na gramática. Com a prática, as regras ficam naturalmente familiares.
Alô, concurseiros: dois órgãos públicos federais pedem abertura de quase 6 mil vagas no país
Além da regência, a flexão verbal gera muitos escorregões na hora dos exames. A professora de português do Unificado Concursos Mirian Ferrazzi aponta para o que considera uma deficiência do próprio sistema de ensino atual:
- Acredito que hoje não se dá ênfase de forma eficiente a essas duas matérias. Se vê, com frequência, alunos flexionando verbos teoricamente simples de forma equivocada. O menino se "interteu", em vez de "entreteve", por exemplo.
Importante conhecer quem produz a prova
Saber as características das bancas organizadoras de concursos é um trunfo importante na hora de estudar a matéria. No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, Mirian destaca que a Fundação Carlos Chagas exige muita atenção a concordância verbal, regência e vozes. Já a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) e a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) têm certa predileção pela morfologia (formação de palavras e classes gramaticais).
Mas não basta apenas ter domínio do conteúdo, se na hora da prova os nervos estiverem a flor da pele.
- O candidato precisa intercalar as várias horas de estudo com uma alimentação adequada, praticar exercícios físicos e planejar atividades de lazer. Muitas vezes, as pessoas passam de seis a oito horas dentro de um quarto estudando e, quando chega o dia da prova, estão tão doentes psicologicamente que não conseguem realizar o exame. É preciso haver esse regramento - recomenda Cleusa Pessuto Peruzzo.
Os especialistas na preparação de candidatos sabem que as revisões de véspera não são uma boa prática.
- Quem se preparou e conhece bem a matéria pode, na véspera da prova, fechar os livros, passear, conversar com amigos, desfocar da situação estressante. Estar preparado é sempre o melhor remédio. Sem estresse, se faz uma prova bem melhor que a do concorrente nervoso - diz Mirian Ferrazzi.
Como começar a estudar
- Faça uma escala. Inicie por ortografia, acentuação, análises morfológica e sintática, regências, pontuação e crase.
- Hoje em dia se pode baixar provas e gabaritos com facilidade. Com uma prova na mão, o candidato pode resolver as questões e identificar suas fragilidades em relação a cada matéria.
- Ao identificar as principais dúvidas, procure um curso ou um professor que o auxilie.