Mais do que as novas tecnologias, é a criatividade e o envolvimento do professor com os alunos que podem alçar a educação a um novo patamar. Este foi o recado de Gustavo Reis, professor e fundador do Mathematica Et Cetera, em uma das palestras mais aguardadas da segunda edição do Fórum Educação que Dá Certo, que ocorre nesta terça-feira no Teatro do Sesi, na Capital.
Reis mostrou que nas últimas décadas uma série de novidades foram interpretadas por especialistas como revolucionárias para a educação: o rádio e a televisão possibilitariam transmitir conhecimento massivamente; a fita cassete tornaria possível o aprendizado individual e os computadores ligados em redes levariam os alunos a colaborarem mais. Agora, diz-se que são os tablets e smartphones os caminhos para tornar o aprendizado mais prazeroso e interativo.
Fórum Educação Que Dá Certo destaca iniciativas escolares e saúda professores
- Sempre ouvimos a mesma coisa: esta tecnologia irá revolucionar a educação. Mas a prática é diferente, há poucas mudanças efetivas no aprendizado. Ou seja, a inovação na educação independe da tecnologia, depende muito mais do relacionamento, da conexão do professor com os alunos - afirma Reis.
Dois casos apresentados no evento ilustram a tese. A professora da Escola Municipal São Francisco, de Luzerna (SC), Evaine Célia Desidério, trouxe a poesia para o dia a dia da classe.
- Percebi que os alunos gostavam de histórias, mas não conversavam entre si sobre livros, não falavam de autores. Resolvi usar a sonoridade das poesias para envolver mais a turma no aprendizado.
Evaine passou a usar rimas para ensinar o conteúdo, e percebeu que o interesse dos estudantes cresceu exponencialmente.
- Mesmo quando alguns estão desinteressados, quando percebem a poesia começam a achar graça, imitar e prestar atenção. Eles mesmos começam a criar suas poesias.
Em outro caso, Cláudia Rossi, Coordenadora Pedagógica do Colégio Gustavo Vieira de Brito, de Vacaria-RS, mostrou o efeito positivo que o envolvimento de alunos e professores na produção de curta-metragens trouxe ao aprendizado e à formação de cidadania. Os alunos abordam questões como coleta seletiva, bullying e doação de medula óssea.
- Se torna uma prática interdisciplinar, com o envolvimento de professores de diferentes áreas de conhecimento - explica Cláudia.