O que teria acontecido caso os dinossauros não tivessem sido extintos?
Anderson Dias, de Porto Alegre
Segundo Francisco Sekiguchi Buchmann, coordenador do Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia da Universidade Estadual Paulista, se os dinos não tivessem desaparecido, um outro bicho talvez nunca tivesse entrado em cena: o homem.
"As pesquisas mostram que mamíferos evoluíram antes dos dinossauros, durante o Triássico (entre 250 milhões e 200 milhões de anos atrás). No Jurássico e Cretáceo (entre 200 milhões e 66 milhões de anos atrás), os dinossauros se espalharam pelo mundo e atingiram grande tamanho; e os pequenos e furtivos mamíferos quase foram extintos devido à intensa predação dos dinos. No final do Cretáceo ocorre a extinção dos grandes répteis, possibilitando que durante os próximos períodos (Paleoceno e Eoceno) ocorra a expansão e crescimento em tamanho dos mamíferos", explica o paleontólogo.
E o que se pode inferir desses dados, professor? "Que, se os dinos não tivessem sido extintos, não haveria a expansão dos mamíferos e, portanto, não haveria o desenvolvimento de Primatas e, depois, do homem", explica Buchmann.
E não seríamos só eu, você e nossos colegas de espécie que poderiam "nunca ter sido": "Com certeza não haveria mamíferos predando sobre a Terra, toda a história seria muito diferente", Buchmann garante.
Não custa deixar a mente viajar: o pesquisador arrisca imaginar "dinos inteligentes ocupando nossos lugares, pensando e discutindo como seria o mundo se os mamíferos tivessem herdado a Terra".
É claro, a história foi outra, e os dinos viraram vestígios fósseis, muitos dos quais, localizados aqui mesmo, no Rio Grande do Sul. O paleontólogo salienta que tanto o mamífero quanto o dinossauro mais antigos do mundo são brasileiros:
"Ambos identificados na Rota Paleontológica (municípios de Santa Maria, Mata, Candelária)", explica.