Noventa por cento dos moradores de zonas urbanas europeias continuam expostos a uma poluição com partículas e um número ainda maior ao ozônio, em níveis que superam os recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), adverte um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEE).
- Grandes proporções da população não vivem em um ambiente saudável. A Europa deve ir mais longe na legislação aprovada - considera o diretor-executivo da AEE, Hans Bruyninckx.
A emissão de partículas PM10 (de diâmetro inferior a 10 microns) e PM 2,5 diminuíram respectivamente 14% e 16% na União Europeia entre 2002 e 2011, indica o relatório da AEE. No entanto, em 2011, 33% dos habitantes da UE viviam em zonas onde as concentrações máximas autorizadas de PM10 em 24 horas foram superadas. De acordo com as normas da OMS, que não são obrigatórias, trata-se de 88% da população urbana.
As partículas de menor tamanho penetram profundamente nos pulmões e no sangue, provocando patologias respiratórias e cardiovasculares. As PM10 são emitidas principalmente por processos mecânicos como as atividades de construção, enquanto as PM 2,5 resultam da combustão (madeira, combustível, especialmente diesel).
Por sua vez, 98% das populações urbanas estiveram expostas desde 2011 a concentrações de ozônio superiores às recomendações da OMS. O ozônio resulta das transformações, sob os efeitos dos raios solares, das emissões dos veículos a motor e das atividades industriais, e provoca irritação para as vias respiratórias.
Um relatório europeu publicado nesta terça-feira pelo Lancet Respiratory Journal, baseado em 14 estudos realizados em 12 países em 74.000 mulheres, mostra que uma exposição ainda limitada a PM 2,5 durante a gravidez aumenta os riscos de peso insuficiente no recém-nascido.
Um peso de menos de 2,5 kg após 37 semanas de gestação pode provocar problemas respiratórios durante a infância, assim como dificuldades cognitivas.