Estão abertas até 7 de julho as inscrições para a Olimpíada Brasileira de Inovação, Ciência e Tecnologia (OBICT). O evento, realizado pela primeira vez neste ano, é gratuito e voltado para estudantes de todo o país dos Anos Finais do Ensino Fundamental ao Médio e Técnico, incluindo Educação para Jovens e Adultos (EJA). Alunos do Rio Grande do Sul terão, ainda, uma premiação especial.
A competição é dividida em três categorias:
- Alunos do 6º ano 9º ano do Ensino Fundamental, incluindo EJA
- Alunos do Ensino Médio e Técnico, incluindo EJA
- Livre (aberto a famílias que quiserem acompanhar os filhos)
A olimpíada terá quatro fases, sendo duas online e duas presenciais. Na primeira, os inscritos terão entre 24 de junho e 7 de julho para realizar as tarefas. A segunda etapa será de 12 a 18 de agosto, também remota. Quem passar nessa, participa do terceiro momento no dia 21 de setembro, este presencial, em polos de aplicação ainda não definidos. A final acontece em data e local ainda a serem divulgados. A categoria livre só participa das duas primeiras fases.
Os melhores colocados receberão certificado de participação e medalhas de reconhecimento. Os destaques gaúchos terão uma premiação especial. Segundo Richard Lucht, idealizador do evento e sócio-fundador da EduSpace, startup surgida no RS especializada em desenvolver soluções digitais para governança e gestão de redes de ensino, o reconhecimento vem de uma preocupação com os efeitos da enchente, ocorrida em um cenário ainda com reflexos das perdas de aprendizagem registradas durante a pandemia.
— Percebemos que os instrumentos pedagógicos são razoavelmente limitados. Então, por que não fazer uma competição dentro de uma competição? Os apoiadores, patrocinadores e parceiros acadêmicos envolvidos entenderam que fazer uma competição gaúcha dentro da olimpíada brasileira é uma forma de estimular esses alunos e resgatar sua vontade de voltar para a sala de aula. Existe um olhar muito específico para que essa competição sirva como alavanca de transformação e resgate dos nossos jovens, que estão em um momento difícil — observa Lucht.
Ser reconhecido na olimpíada significa, também, uma recuperação da autoestima do estudante do RS, na visão do idealizador do evento, para que ele se estimule a voltar para a escola após a catástrofe e tenha a oportunidade de ser identificado como talento na área.
Além da inscrição individual feita pelo próprio aluno, via site ou aplicativo que pode ser baixado aqui, professores e instituições de ensino podem inscrever os estudantes em lote. O idealizador do evento pede que, em virtude da dificuldade de acesso à internet dos jovens gaúchos, secretários municipais de Educação entrem em contato com a organização do evento e inscrevam os alunos de suas escolas.
Identificação de talentos e mobilização
Conforme Lucht, olimpíadas de conhecimento são usadas há muito tempo, no mundo inteiro, como instrumento de identificação de talentos e de mobilização e transformação educacional. No Brasil, a prática existe há cerca de 45 anos, mas costuma focar em disciplinas específicas: matemática, física, biologia, entre outros.
— A OBICT é uma olimpíada transversal, porque abarca múltiplos campos do conhecimento numa área extremamente promissora e estratégica para o Brasil, que é a de ciência e tecnologia, e que, infelizmente, quando a gente vai para dentro da sala de aula, não encontra eco na juventude — observa o idealizador do evento.
Para tanto, serão abordados, durante a olimpíada, conteúdos ensinados em sala de aula a partir de uma perspectiva do uso da tecnologia no dia a dia das crianças e adolescentes participantes da competição.
— Por exemplo: todos ou a grande maioria tem acesso à internet. A internet não é uma mágica que acontece do nada. Os sinais são propagados, por exemplo, por fibra ótica. Podemos abordar uma questão específica a partir de uma experiência do dia a dia, não cobrando, necessariamente, um cálculo em cima, mas fazendo com que o aluno perceba que aquilo que ele está usando é fruto de um desenvolvimento lógico e o estimule a pesquisar sobre aquele assunto — destaca Lucht.
Com isso, diferentes disciplinas podem ser abordadas de uma forma transversal, partindo da experiência prática do estudante. Conforme os participantes passam de fase na olimpíada, o grau de dificuldade vai aumentando, sempre com o uso de recursos multimídia nas provas.