O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com a maior taxa de alfabetização, com 96,9% de sua população acima dos 15 anos alfabetizada. No total, são pelo menos 278,8 mil pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever. Entre as unidades federativas, o RS está ao lado de São Paulo e atrás do Distrito Federal (com taxa de 97,2%), e de Santa Catarina (97,3%), somente.
Os dados são do Censo Demográfico 2022, com resultados do universo sobre alfabetização, divulgados nesta sexta-feira (17). O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, a taxa de alfabetização no RS era de 95,4%. Conforme a pesquisa, Alagoas é o Estado com menor proporção de pessoas que sabem ler e escrever, com taxa de alfabetização de 82,3% em 2022.
— A taxa de analfabetismo é reflexo do investimento em educação nas décadas passadas. É um dado que não muda rapidamente, demora para mudar. É uma iniciativa de longo prazo do governo, de substituir as populações menos educadas por mais educadas — fala da analista de Indicadores Sociais do IBGE, Betina Fresneda
Quando se trata da população indígena alfabetizada, o RS cai algumas posições entre as unidades federativas. Cerca de 88,9% dos indígenas no Estado sabem ler e escrever. Distrito Federal, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Amapá apresentam melhor desempenho nesse indicador.
Considerando somente pessoas brancas acima dos 15 anos, a taxa de alfabetização é de 97,4% no RS. Ou seja, 7,5 pontos percentuais acima das pessoas indígenas. Quanto às pessoas pretas, cerca de 95% sabem ler e escrever no Estado.
A análise da taxa de analfabetismo por classes de tamanho da população residente dos municípios constatou que, independentemente do tamanho, as cinco menores taxas concentravam-se na Região Sul. Em especial, em cidades de Santa Cataria e do Rio Grande do Sul, com destaque para Bom Princípio (RS), com taxa de analfabetismo de 1,3%, entre os municípios com mais 10 mil e até 50 mil habitantes.
Analfabetismo no país
No Brasil, eram 11,4 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabiam ler nem escrever um bilhete simples, conforme os dados de 2022. A taxa de alfabetização foi de 93% em 2022 no Brasil. Consequentemente, a taxa de analfabetismo foi 7% neste grupo populacional.
Os contrastes étnico-raciais na trajetória escolar seguem sendo evidentes. Em 2022, a taxa de analfabetismo de pessoas indígenas ficou em 16,1%. Isso representa mais do que o triplo da taxa para a população branca, de 4,3%. Em relação às pessoas pretas, 10,1% não sabiam ler nem escrever. Para pessoas pardas, a taxa foi de 8,8%.
O IBGE considera analfabetos aqueles que nunca aprenderam a ler e a escrever ou que sabem apenas assinar o próprio nome, mas não sabem ler nem escrever um bilhete. Ou, ainda, sujeitos que aprenderam, mas esqueceram, devido a um processo de alfabetização precário.