Reformulado e com mais vagas, o programa Nova Geração, do Instituto Caldeira, teve sua segunda edição lançada nesta sexta-feira (17), no 4º Distrito, em Porto Alegre. A iniciativa, que oferece capacitação em áreas de inovação e tecnologia para jovens de escolas públicas ou bolsistas de particulares, chega a 2023 com o quíntuplo de vagas, passando de 750 para 5 mil.
A primeira fase ocorre na modalidade online e tem duração de três meses. Ao se inscrever, o participante escolhe uma das quatro trilhas educacionais possíveis – Programação, Gestão e Vendas, Marketing Digital e UX/UI Design. As inscrições foram abertas nesta sexta e vão até o dia 7 de abril, e podem ser feitas neste link.
Nesse período, há alguns momentos presenciais, aos sábados, nos quais grupos de 300 jovens são levados ao Caldeira para participar de imersões. Eles também fazem videoconferências para estudar juntos e assistem a webinars com convidados que atuam no setor. Ao longo da formação, os alunos podem receber microcertificações em áreas específicas, que serão dadas após a realização de cursos apoiados por parceiros do Caldeira.
Quem concluir a primeira parte, também poderá ser um dos 200 escolhidos para uma segunda fase, que oferece bolsa auxílio e promete encaminhamentos para empregos ao final. No ano passado, eram 50.
Esta etapa é totalmente presencial e dura quatro meses. As bolsas são oferecidas para todos os participantes. Ao final, a promessa é de orientação para o mercado de trabalho. Segundo o head do Campus Caldeira, Felipe Amaral, mais de 30 dos 50 jovens que cumpriram com a segunda etapa no ano passado já estão empregados.
— Temos o compromisso de empregar todos os 50 alunos que participaram em 2022 e os 200 que vão participar em 2023 — destaca Amaral.
Para participar, é preciso ter de 16 a 24 anos e estar cursando ou ter cursado o Ensino Médio em uma escola pública, ou em uma particular, desde que com uma bolsa superior a 50%. Também é necessário residir no Rio Grande do Sul.
Durante o lançamento, três jovens que participaram do Nova Geração no ano passado deram seus relatos: Getúlio Felipe Fernandes, Marlon Maverick Machado e Nycolly Carvalho. Todos já estão trabalhando. O mais emocionado era Getúlio, 18 anos, que falou sobre sua trajetória de superação diante de sua paralisia cerebral.
— Encontrei muitas dificuldades e muitos nãos pelo caminho por ter paralisia cerebral, mas também aprendi muito nesse caminho, e conheci muita gente que me motivou. Cada um tem o seu sonho, mas não dá para deixar de sonhar ou de acreditar. Só depende da gente — disse o jovem, que hoje está empregado no Sicredi.
O diretor-executivo do Instituto Caldeira, Pedro Valério, pontuou que a primeira turma do programa emergiu diante de uma inquietude: a falta de conhecimento adequado em Matemática e Língua Portuguesa registrada entre os estudantes do 3º ano do Ensino Médio da rede estadual de ensino, na avaliação diagnóstica realizada em 2022 pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
— Os dados são alarmantes para quem tem, hoje, o sonho de que Porto Alegre e o Rio Grande do Sul sigam se desenvolvendo e consigam dialogar com os diferentes entes globais. Sem uma formação de mão de obra qualificada, isso não é possível — avaliou o diretor-executivo.
Valério destaca que o Nova Geração é um esforço conjunto de muitos atores, que somam forças, a partir de iniciativas, para melhorar a educação do RS. O Campus Caldeira, que encabeça o programa, tem como mantenedores os Institutos Helda Gerdau, Jama, SLC e Lins Ferrão, além da Fundação A.J Renner e das empresas Banrisul, Elea Digital, Oracle, Sicredi e do Sebrae.