Com a retomada parcial de atividades presencias, universidades do Rio Grande do Sul estão analisando se exigirão ou não de seus alunos e funcionários o chamado passaporte vacinal, que consiste na apresentação da carteirinha de vacinação contra a covid-19 para que o indivíduo possa acessar os espaços físicos das instituições. Em Pelotas, a UFPel retoma este mês as atividades práticas presenciais de alguns cursos e, nestes casos, está exigindo comprovação de vacinação com pelo menos uma dose de imunizante contra o coronavírus. Já instituições como UniRitter e Fadergs ainda estão debatendo o tema e não publicaram decisões.
Universidades como UFRGS, UFCSPA, FURG, PUCRS e Unisinos ainda não exigem comprovante de vacinação para os grupos de alunos, professores e funcionários que já retomaram, ainda que parcialmente, às atividades presenciais. A UFRGS informou que segue analisando as questões legais relacionadas à possibilidade de exigir o comprovante como condição para ingressar no ambiente universitário.
Por enquanto, as instituições de Ensino Superior que estão tendo atividades presenciais mas não exigem passaporte vacinal apostam em estratégias como a testagem de seus docentes e discentes e a difusão de informações sobre o uso correto de EPIs como formas de evitar a transmissão da doença nos ambientes acadêmicos.
Confira como algumas universidade gaúchas estão tratando o tema:
UFRGS
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) informou que, no momento, atua presencialmente uma parcela restrita da comunidade acadêmica, como alunos e profissionais da área da saúde e pesquisadores com trabalhos de pesquisa que dependem de cuidado contínuo. Antes de retornarem, os indivíduos são submetidos a teste RT-PCR para a covid-19 no Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS).
Ainda não há definição quanto à exigência de comprovação de vacinação no momento de uma retomada mais ampla das atividades presenciais na universidade.
— Com relação à vacinação, está em discussão se a universidade poderá exigir a comprovação para acessar-se seus espaços físicos, visto que, no momento, não existe legislação que ampare esta exigência. Assim, esta questão está sendo discutida, considerando-se o cuidado com a população que compõe a comunidade da UFRGS — disse a presidente do Comitê Covid/UFRGS, Marilia Borges Hackmann, em comunicado enviado a GZH.
Quanto ao retorno das atividades presenciais, vale a decisão publicada ainda em maio, que projeta que o próximo semestre letivo ocorra entre 17 de janeiro a 18 de maio de 2022, ainda em ensino remoto.
UFCSPA
A Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) informa que possui um sistema dividido em cinco etapas para um retorno gradual ao ensino presencial. Atualmente, encontra-se na fase dois, que pressupõe aulas teóricas ainda em ensino a distância emergencial e aulas práticas prioritárias nos laboratórios e espaços da UFCSPA, priorizando as turmas que estão mais próximas da formatura. A evolução para as próximas etapas depende de decisão da Reitoria da universidade, com base na indicação do Comitê Técnico de Informações Estratégicas e Respostas Rápidas à Emergência em Vigilância em Saúde Referente ao Coronavírus.
No momento, não há exigência de vacina para o retorno, mas todos os trabalhadores e estudantes que já estão tendo atividades presenciais passaram por um curso de biossegurança, onde são ensinados cuidados contra o coronavírus em ambiente universitário e o uso correto de EPIs.
FURG
A Universidade Federal do Rio Grande (Furg) afirma estar debatendo o tema da retomada presencial e da exigência ou não de vacinação em diversas reuniões, buscando chegar a um consenso institucional que possibilite a preparação do retorno. Até terça-feira (5), deve ser publicada uma portaria como novas determinações. No momento, alguns setores operam presencialmente conforme demanda e necessidade, como laboratórios de pesquisa, serviços de limpeza, portaria e vigilância.
UFPEL
Por deliberação do Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, em uma decisão publicada em 2 de setembro, poderão frequentar aulas práticas presenciais na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) somente os estudantes que já tiverem recebido pelo menos uma dose de vacina disponibilizada pelo SUS ou que tenha autorização da Anvisa. A partir do dia 18 de outubro, a universidade terá a retomada de atividades práticas em formato presencial para 125 disciplinas de cursos como Química, Farmácia, Veterinária, Nutrição, Medicina, Odontologia, entre outros.
Já o retorno presencial para a comunidade acadêmica mais ampla está previsto para fevereiro. A intenção da UFPel é de que a exigência da comprovação de vacinação continue vigente, possivelmente sendo ampliada para exigência de duas doses. De acordo com a universidade, esta decisão, no entanto, depende de fatores como decretos e disponibilidade de vacinas e será tomada nos próximos meses.
Unisinos
A Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), que atua em formato híbrido, não exige que as pessoas que acessam os campi comprovem estar vacinadas contra o coronavírus.
PUCRS
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grade do Sul (PUCRS), que atua em formato híbrido, ainda não tomou decisões com relação à exigência de passaporte vacinal. Em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre, a PUCRS organizou neste ano momentos de aplicação da primeira e segunda dose para colaboradores, de forma que 99,7% dos seus profissionais estão vacinados.
O calendário acadêmico da universidade prevê que o semestre atual seja finalizado no dia 20 de dezembro e que o próximo inicie em 2 de março de 2022.
UniRitter
O Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) informa que ainda está avaliando a possibilidade de exigência ou não do passaporte vacinal, especialmente para estudantes que ainda não tiveram acesso ao esquema vacinal completo. "A instituição segue atenta às normas gerais de prevenção a Covid-19 estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde, seguindo também os moldes propostos pelo Governo do Estado do RS e as regras estabelecidas por Porto Alegre e Canoas, municípios nos quais possui campus", diz a nota enviada a GZH. Como instituição integrante do Ecossistema Ânima e participante do programa Ânima Pró-Vacina, incentiva a conscientização sobre a covid-19 e todo processo de imunização entre alunos e educadores.
Fadergs
A Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs) informa que embora a campanha de vacinação esteja avançando, algumas idades ainda não foram contempladas com o esquema vacinal completo. "A vacinação é um compromisso com a sociedade, por isso a instituição segue incentivando toda a comunidade acadêmica e avaliando o andamento da campanha para que haja o controle dos vacinados", diz a nota enviada pela instituição. A instituição, integrante do Ecossistema Ânima, também participa do programa Ânima Pró-Vacina, voltado para estudantes e educadores, com objetivo de promover a informação e incentivar a conscientização sobre a Covid-19 e todo processo de imunização.