O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade que o retorno às aulas presenciais na rede estadual de ensino, prevista para ocorrer em março, somente acontecerá se o Estado estiver fora da bandeira preta no Mapa do Distanciamento Controlado. Nesta sexta-feira (26), autoridades de diversas áreas e cidadãos gaúchos fizeram perguntas ao tucano, que foram respondidas ao vivo na Rádio Gaúcha.
O presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe), Bruno Eizeri, questionou Eduardo Leite sobre a prioridade de vacinação para os professores. Segundo o governador, foi solicitado ao Ministério da Saúde que professores e funcionários de escolas sejam vacinados, principalmente os que têm idade acima de 60 anos e os que têm comorbidades. Eduardo Leite lembrou que eles estão dentro do grupo de risco, e que pediu ao Ministério uma antecipação na fila.
O presidente do Sinepe também falou sobre a volta às aulas em todas as esferas do ensino, e pediu a liberação da presença de turmas com alunos até o 5º ano do Ensino Fundamental. Leite informou que o Estado apenas libera as aulas presenciais de estudantes da Educação Infantil e dos 1º e 2º anos do Fundamental.
– Nós acreditamos que apenas a Educação Infantil, a alfabetização e o 2º ano, que teve alfabetização prejudicada no ano passado, estão permitidos neste momento, na modalidade de ensino híbrido, onde os alunos intercalam a presença na escola e o ensino de forma virtual, respeitando distanciamento. Isso é dentro do próprio protocolo do distanciamento. Se sairmos da bandeira preta, é possível que sejam liberados outros anos – disse o governador.
A presidente do CPERS-Sindicato, que representa os professores da rede estadual, Helenir Schürer, também perguntou sobre o retorno às aulas na rede estadual. O recomeço no modelo híbrido de ensino está programado de forma escalonada: no dia 8, retornam os alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). No dia 11, os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Por último, no dia 15, os alunos do Ensino Médio e Técnico.
Leite reforçou que o retorno só se dará para todos os níveis se o Estado não estiver em bandeira preta.
– Nós temos buscado manter um diálogo com o sindicato, para mantermos um retorno seguro. É bom lembrarmos que a escola é o grande braço do poder público que pode acompanhar casos de desnutrição, de violência doméstico. Muitos professores analisam isso e encaminham ao Conselho Tutelar, por exemplo. Mas estamos em situação de bandeira preta, onde somente está liberado o ensino de forma presencial, de forma escalonada, para alunos até o 2º ano do Ensino Fundamental. Não haverá retorno da rede estadual se não tivermos saído da bandeira preta.
O governador citou que o distanciamento prevê a regra de 1m50cm entre as classes, e que os protocolos serão mantidos, com os alunos tendo as atividades monitoradas. Leite lembrou também que o governo comprou notebooks e equipamentos para acesso à internet por parte dos professores, e prometeu que fará um investimento para que mais docentes tenham o equipamento.
– Sabemos que muitas famílias só têm um celular, do pai, da mãe, e muitos estudantes não têm condições para ter aulas de forma remota. Por isso, insistimos em fazer as aulas de forma híbrida, com retorno às escolas. Mas se tivermos bandeira preta, apenas as séries iniciais voltarão.