Desde 2 de outubro, quando as primeiras turmas retornaram às aulas presenciais em Porto Alegre, 535 casos de covid foram confirmados entre alunos, professores e funcionários das escolas. O número é dividido em dois grupos. O primeiro é de notificações recebidas pelo município de infectados sem que a fonte do vírus seja conhecida. O segundo é integrado por quem teve contato com o grupo anterior no ambiente escolar e que foram diagnosticadas após testes.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirma que o número é relativamente baixo e que a situação está controlada. De acordo com o boletim epidemiológico com dados específicos da rede escolar da Capital, o índice de infectados é de 0,29% entre as 355 escolas municipais, comunitárias, particulares e estaduais instaladas em Porto Alegre e que responderam ao formulário “Monitoramento Instituições Ensino de Porto Alegre” na última semana.
— Os números não são altos quando a gente compara com a quantidade de pessoas que estão circulando pelas escolas. A proporção é baixa. A gente está em uma da pandemia com bastante transmissão na cidade e, mesmo assim, isso não tem se refletido nas escolas como um local de perigo — relata o subsecretário municipal da Saúde, Natan Katz.
A SMS pede para que todas as escolas instaladas na capital respondam semanalmente uma série de questões sobre a covid. No entanto, o preenchimento não é obrigatório.
Ao todo, são 433 casos em que um aluno, professor ou funcionário foi diagnosticado com covid, após apresentar sintomas. Os outros 102 pacientes foram testados por terem tido contato com esses primeiros, em uma ação do grupo chamado Central Escolas, composto por servidores da área da Saúde municipal.
De acordo com Katz, o Central Escolas monitora qualquer situação que pode evoluir para um surto, aplicando testes e, com isso, possibilitando que as aulas presenciais não sejam interrompidas. Até o momento, foram 2.539 testes desde 2 de outubro. Além dos 102 positivos, outros 1.376 apresentaram resultados negativos, 504 estão em investigação e em 557 houve recusa de coleta.
A recusa ocorre, principalmente, entre crianças que não apresentaram a autorização dos pais para o procedimento. Nesses casos, a prefeitura indica locais para que os pacientes sejam testados, junto aos responsáveis. Enquanto o resultado não é apresentado, o estudante — ou o trabalhador — não pode voltar à escola.
Até o momento, foram investigados 298 suspeitas de surtos em escolas, sendo que 65 foram identificados e, segundo a SMS, neutralizados a partir da ação do grupo Central Escolas. Na última semana, foi registrado o retorno de 26.680 pessoas — entre estudantes, professores e funcionários — com 105 notificações de casos confirmados de coronavírus.