Após cerca de quatro meses com as aulas suspensas, Estados começam a sinalizar a volta às aulas presenciais nas escolas. De um lado, melhor equipadas, de maneira geral, que as escolas públicas, as instituições particulares defendem que estão prontas para uma retomada com segurança. Do outro, há professores e funcionários que não se sentem seguros com o retorno e dizem que a permanência nas salas de aula e uma maior circulação de pessoas nas cidades podem aumentar os casos de infecção pelo coronavírus.
De acordo com o Mapa de Retorno das Atividades Educacionais Presencial no Brasil, elaborado diariamente pela Federação Nacional de Escolas Particulares (Fenep), até esta sexta-feira (7) havia, no país, apenas dois Estados com a reabertura autorizada das escolas: Amazonas e Maranhão. Outros oito Estados têm propostas de data para retornar às atividades presenciais. As demais unidades da federação estão sem data definida.
Em alguns locais, o debate conta com propostas tão diferentes que a falta de um acordo levou a pauta à Justiça.
O que é jornalismo de soluções, presente nesta reportagem?
É uma prática jornalística que abre espaço para o debate de saídas para problemas relevantes, com diferentes visões e aprofundamento dos temas. A ideia é, mais do que apresentar o assunto, focar na resolução das questões, visando ao desenvolvimento da sociedade.
No Distrito Federal, a Justiça do Trabalho autorizou o retorno das aulas presenciais nas escolas da rede privada na última segunda-feira (3), mas a decisão foi suspensa devido a um requisito de segurança imposto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Em ação civil pública, o MPT argumentou que o DF está no pico da pandemia de covid-19 e pediu que o cronograma de retorno das aulas presenciais na rede privada fosse semelhante ao da rede pública, previsto para iniciar apenas no final de agosto.
Em São Paulo, a Federação dos Professores do Estado (Fepesp) também acionou o MPT contra a volta às aulas, previstas para 8 de setembro. Mas o planejamento de liberar a reabertura dos colégios públicos e particulares nessa data foi alterado: o governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta (7) que vai adiar para 5 de outubro o plano de reabertura das escolas no Estado.
No Rio de Janeiro, na capital, a prefeitura autorizou o retorno facultativo para algumas séries este mês. Mas os educadores decretaram, em assembleia do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), uma greve no início de julho. Na segunda-feira (3), mesmo com a autorização da prefeitura e da Justiça para o retorno às aulas presenciais nas escolas particulares do Rio de Janeiro, para estudantes dos 4º, 5º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, os estabelecimentos de ensino não reabriram.
* Com informações da Agência Brasil