O Rio Grande do Sul registrou, ao lado de São Paulo, a terceira menor taxa de analfabetismo no Brasil, atrás de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Gaúchos e paulistas têm 2,6% da população de 15 anos ou mais que não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples. Já os catarinenses e fluminenses registraram, respectivamente, 2,3% e 2,1%, as menores taxas do país. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação, registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (15).
Apesar de o analfabetismo na população gaúcha estar caindo gradativamente, o Estado ainda está distante da meta estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE), de erradicar esse problema até 2024. A taxa, que, entre a população com 15 anos ou mais, era de 3,2% em 2016, passou para 3% em 2017, se manteve nesse percentual em 2018 e, no ano passado, caiu para 2,6%. Apesar do avanço, o ritmo é lento, afastando a perspectiva de zerar esse índice nos próximos anos.
A situação é ainda mais preocupante no país como um todo: a taxa de analfabetismo no Brasil passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019 – mas, apesar da queda, que representa cerca de 200 mil pessoas, o Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos.
— É uma taxa que vem baixando ao longo do tempo. O analfabetismo está mais concentrado entre as pessoas mais velhas, uma vez que os jovens são mais escolarizados e, portanto, vão registrar indicador menor — diz a analista da pesquisa Adriana Beringuy.
Apesar da queda, os dados mostram que 18% daqueles com 60 anos ou mais são analfabetos. Em 2018, eram 18,6% e, em 2016, 20,4%.
Reduzir a taxa de analfabetismo no Brasil está entre as metas do PNE, definido pela Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, desde a Educação Infantil até a pós-graduação. Pela lei, em 2015, o Brasil deveria ter atingido a marca de 6,5% de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais.
— A gente percebe que (o país) chegou em 2019 com a taxa nacional próxima à meta de 2015, é como se estivéssemos quatro anos atrasados nesse atendimento — diz Adriana.
Desigualdade
Além das diferenças entre as idades, o levantamento mostra que existem desigualdades raciais e regionais na alfabetização no Brasil. Em relação aos brancos, a taxa de analfabetismo é de 3,6% entre aqueles com 15 anos ou mais. No que se refere à população preta e parda, segundo os critérios do IBGE, essa taxa chega a 8,9%.
A diferença aumenta entre aqueles com 60 anos ou mais. Enquanto 9,5% dos brancos não sabem ler ou escrever, entre os pretos e pardos, esse percentual é cerca de três vezes maior: 27,1%.
* Com informações da Agência Brasil