
Em sua primeira atividade em Manaus, nesta quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro defendeu a "autoridade em sala de aula" ao entregar diplomas para alunos de escolas públicas administradas pela Polícia Militar do Estado do Amazonas.
— A educação realmente liberta. Investir na educação não são apenas recursos, como alguns pregam por aí. Investir na educação é dar meios para que o professor possa exercer a sua autoridade em sala de aula e, dessa forma, poder fazer com que o alunos realmente aprendam — disse o presidente.
O evento ocorreu no auditório da Faculdade Nilton Lins e contou com alunos de duas escolas da PM. De uniforme militar, os estudantes do Ensino Fundamental ovacionaram Bolsonaro na chegada – alguns chegaram a entoar "mito" e fazer o símbolo da arma com os dedos, como na campanha eleitoral.
Para inspirar os alunos, Bolsonaro nomeou os ministros presentes que estudaram em escola pública: Paulo Guedes (Economia), almirante Bento Albuquerque (Minas e Energia) e general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
O presidente ainda ganhou um quadro pintado por um aluno, em quem aparecem soldados empunhando armas longas.
Bolsonaro entregou um troféu e diplomas a alguns alunos das escolas da PM do Amazonas que receberam medalhas durante a competição World Mathematics Invitational 2019, ocorrida em meados deste mês, no Japão.
Plano militar
O Ministério da Educação (MEC) pretende implementar 108 escolas militares até 2023. A ideia é que, a cada ano, haja 27 novas unidades do modelo, uma por unidade da federação.
Chamadas de escolas cívico-militares pelo MEC, o modelo prevê a atuação de equipe de militares da reserva no papel de tutores – diferente das escolas militares, que são totalmente geridas pelo Exército.
Das atuais 203 escolas de gestão compartilhada com militares, o MEC vai ajudar 112 até 2023. As novas unidades serão criadas por adesão dos estados.
O objetivo é promover parcerias com a PM, com os bombeiros ou com o Exército. Escolas militares ganharam evidência nos últimos anos por causa de indicadores educacionais positivos e por atacarem o problema da indisciplina.
Por outro lado, educadores se opõem à militarização da educação e à priorização de investimentos no modelo. Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que as escolas militares e institutos federais com o mesmo perfil de alunos têm desempenho similar.