Em fevereiro, após o envio de carta a escolas pedindo gravações de crianças cantando o Hino Nacional, a influência de Ricardo Vélez começou a ser minada à frente do Ministério da Educação (MEC). Grupos políticos que atuam próximo ao Planalto começaram a buscar apoio a nomes para uma eventual substituição. O movimento ganhou força após a última semana, com a demissão do presidente do Inep e a fraca atuação do ministro na Comissão de Educação, na Câmara dos Deputados.
O nome preferido da ala evangélica é o do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Ele esteve no Palácio do Planalto na quinta-feira, e participou de reunião com o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz. Apesar de não enfrentar resistência entre os militares, o grupo não vê no parlamentar a força necessária para quebrar a resistência ideológica presente na pasta.
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiores (Capes) e ex-reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia, ganhou destaque nos últimos dias. Ele é bem visto por militares e evangélicos, tendo, inclusive, a simpatia do pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus. O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos cristãos mais atuantes do Congresso, chegou a sugerir seu nome em uma mensagem de WhatsApp enviado ao chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mas não obteve resposta.
Ministro da Educação no governo de Michel Temer e com bom trânsito entre entidades educacionais, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) também é cotado. O maior obstáculo é seu partido. O DEM conta com três ministros no governo, mesmo sem ter entrado para a base aliada ou fechado questão em torno da reforma da Previdência.
Ainda no páreo, estão o ex-presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues, que tem sólida atuação na área de gestão, o general Aléssio Ribeiro Souto, que também trabalhou no plano de educação do governo, mas acabou fora do MEC, o presidente do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Carlos Alberto Decotelli, com bom trânsito entre a ala militar, e até mesmo o recém-nomeado secretário-executivo, Ricardo Machado Vieira.