Um sonho em comum, de viver e estudar no exterior, atraiu um público cheio de interrogações e expectativas ao BarraShoppingSul, em Porto Alegre, na tarde de ontem. Durante cinco horas, o local reuniu duas das maiores feiras de intercâmbio do mundo – a EduExpo e a EduCanadá –, com cerca de 50 dirigentes de instituições da Europa, dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália.
Mais de 2,2 mil pessoas passaram pelos estandes e assistiram a palestras especializadas em busca de informações sobre cursos de línguas, high school, graduação e pós, além de estágios remunerados e cursos técnicos e de férias. O objetivo, segundo a coordenadora do evento, Letícia Piatti, foi oferecer contatos, responder a questionamentos e mostrar as opções existentes para a gurizada e também para os interessados de faixas etárias mais elevadas, cada vez mais frequentes nesse tipo de encontro.
— Os jovens ainda são maioria, mas o mercado dos 40, 50 anos, está crescendo, principalmente em relação aos cursos de idiomas, que oferecem maior flexibilidade. Eles podem durar, por exemplo, de uma semana a seis meses, o que facilita as coisas — relata Letícia.
A multiplicidade de interessados se repetiu, ontem, na Capital, com gente de todas as idades circulando pelo centro de eventos do Barra. Apesar das diferenças, a maioria dos visitantes revelou preferência por um país específico: o Canadá, que caiu no gosto dos brasileiros e concentrou as maiores filas em busca de dicas.
— Hoje, o país é o principal destino dos estudantes brasileiros, principalmente pela receptividade, além dos custos mais acessíveis. A maioria dos que nos procuram são jovens, mas também temos sido muito demandados por famílias que buscam informações sobre imigração — afirma Paulo Orlandi, responsável pelo Consulado do Canadá na região Sul.
— Antes as famílias juntavam dinheiro para ir à Disney. Agora, já vemos casos em que o objetivo é estudar idiomas — complementa Daniela Pereira, da Canadá Intercâmbio.
Aos 40 anos, formada em Tecnologia da Informação (TI), com pós-graduação em gestão, Patrícia Estrela Dias já passou uma temporada de estudos na cidade de Quebec, localidade canadense onde se fala francês. Agora, quer voltar para fazer mestrado e levar consigo o filho, Gabriel, de oito anos, e o marido, o policial militar Cleiton Dias Cardoso Pereira, 42 anos.
— Acredito que será bom para a nossa família e, principalmente, para o Gabriel. É uma oportunidade única para ele se desenvolver e conhecer uma nova cultura — disse Patrícia, ansiosa para fazer as malas de novo.
Estudante de Física Médica da Universidade Federal de Ciências da Saúde da Capital (UFCSPA), Pedro Marin de Carvalho, 17 anos, também faz parte do contingente disposto a estudar em território canadense. Ele aproveitou o domingo para tirar dúvidas.
— Já decidi que quero estudar inglês lá, principalmente pela segurança que o país vende. Se tudo der certo, pretendo ficar três meses — disse Carvalho, com uma pilha de folhetos nas mãos.
Aluna de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Samara Branco, 20 anos, elegeu o mesmo destino, onde planeja trabalhar com pesquisa.
— Ainda tenho de avaliar as opções e pensar bem sobre isso, porque é um investimento alto, mas, no próximo ano, quero começar a preparar os testes de proficiência — relatou.
Nem sempre, contudo, a definição do lugar certo para cada perfil é simples, especialmente pelos gastos envolvidos, que dependem de diferentes fatores, como a localização da escola, o padrão das acomodações e o que se pretende fazer fora da sala de aula (como passeios e viagens). Se o problema é dinheiro, uma das dicas dos especialistas é optar por cidades menores, onde se tende a gastar menos com itens como transporte, alimentação e estadia.