Recém eleito como novo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Cláudio Bier trabalha para calcular os prejuízos que as enchentes causaram ao setor industrial gaúcho. Além do pacote de R$ 100 bilhões solicitado ao governo federal, a expectativa é por um auxílio na manutenção dos empregos.
— O governo (federal) tem de ser sensível. Eles precisam se dar conta que estamos em um pós-guerra. Precisamos flexibilização. O pessoal não está trabalhando, as empresas terão de pagar. Precisamos negociar diretamento com os funcionários. Precisamos de ajuda para mantermos os empregos — destacou Cláudio Bier em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quarta-feira (22).
Em relação ao montante de R$ 100 bilhões, as reivindicações incluem juro zero para financiamentos e suspensão de impostos.
— Ali estão diversos pedidos que nós fizemos para o vice-presidente. Foram 40 pedidos. Tem isenções de impostos, tem capital de giro. Essa foi a parte que me coube falar com o Alckmin. Eu falei para ele não passar os recursos para os bancos, para o governo não perder a mão do dinheiro — ressaltou, chamando a atenção para que a burocracia não prejudique a reconstrução:
— O que nós precisamos é que o BNDES acredite no empresário gaúcho. A preferência é por juros zero ou acessível com, no mínimo, três anos de carência. Se tivermos burocracia, não adianta mandar. Precisamos de agilidade. Está na hora de se acreditar no empresariado gaúcho.
Cláudio Bier tomará posse, efetivamente, em julho, com um mandato até 2027. O primeiro objetivo é unir as lideranças industriais do Rio Grande do Sul.
— O momento é de união. A primeira coisa é unir toda a nossa classe industrial. A eleição foi apertada, mas correu em alto nível. Meu oponente (Thômaz Nunnenkamp) foi o primeiro a me cumprimentar. O primeiro passo é unir a nossa Fiergs para que possamos enfrentar essa crise — concluiu.