Uma comitiva de industriais gaúchos levou ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, um documento com mais de 40 medidas consideradas urgentes para a recuperação da indústria gaúcha após as enchentes. As reivindicações incluem juro zero para financiamentos, suspensão de impostos, ajuda para pagamento da folha de funcionários e redução de jornada e de salários. O impacto do pacote é calculado em R$ 100 bilhões.
— O presidente Lula tem colocado que não faltarão recursos para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul. Já conversamos com BNDES, vamos conversar com a Fazenda. Há que se definir a questão dos juros e de um fundo garantidor. As linhas de crédito devem ser para tudo, desde capital de giro, recomposição de máquinas, equipamentos, prédios, toda a área de reconstituição – afirmou Alckmin, que também comanda o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços.
O governo estuda, segundo Alckmin, regras específicas para o Rio Grande do Sul no processo de depreciação acelerada, que está em vias de ser aprovado pelo Senado. A medida dá vantagem contábil a empresas que renovam os parques industriais com reconhecimento desta despesa em um menor período de tempo, diminuindo a base de cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Os industriais gaúchos saíram otimistas da reunião, e esperam uma solução breve para as principais demandas.
— Nós temos hoje 90% do nosso PIB industrial alagado. A situação das empresas é muito difícil e precisamos destas medidas com a maior brevidade possível. Um dos pontos altos da nossa conversa, hoje, foi garantir empregos. Então o crédito e as medidas trabalhistas são as questões mais urgentes para que as empresas possam manter os mais de 500 mil empregos diretos — exaltou o presidente em exercício da Fiergs, Arildo Bennech Oliveira.
A entidade defende a regulamentação de uma lei já adotada durante a pandemia para flexibilizar contratos de trabalho, com redução proporcional de jornada e salários, adoção de férias coletivas e outras medidas, além do pagamento de parte da folha de funcionários pelo governo.
Na avaliação da Fiergs, as perdas provocadas pelas chuvas e a interrupção da produção irão ocasionar uma drástica redução na atividade econômica no Estado, por isso é urgente acelerar medidas que apoiem o setor produtivo.
A lista de propostas também inclui a suspensão da cobrança de tributos e suspensão de prazos envolvendo comércio exterior.