Em eleição marcada para esta terça-feira (21), duas chapas disputam a diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Quem vencer ocupará o posto entre 2024 e 2027. Esta é a primeira disputa na entidade em 38 anos.
Inicialmente, a eleição estava marcada para acontecer de forma presencial. Devido à enchente, no entanto, o formato adotado será eletrônico. Cada sindicato industrial filiado à entidade terá direito a um voto, feito das 10h às 16h.
A Chapa 1 é liderada pelo atual vice-presidente da Fiergs, Claudio Bier. O empresário é presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) e diretor-presidente do Grupo Masal S.A. Seus vice-presidentes são André Bier Gerdau Johannpeter, Arildo Bennech Oliveira, Claudio Teitelbaum, Clovis Tramontina, Maristela Cusin Longhi e Ubiratã Rezler.
Já a Chapa 2 é encabeçada pelo vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs), Thômaz Nunnenkamp. O empresário é presidente do Sindicato das Empresas do Complexo Industrial da Saúde no Estado do Rio Grande do Sul (Sindicis) e diretor-executivo do Laboratório Saúde. Seus vice-presidentes são Cezar Luiz Muller, Marcos Odorico Oderich, Marlos Davi Schmidt, Mateus Bertolini Sonda, Sergio de Bortoli Galera e Ubirajara Terra.
Quem assumir a direção o fará diante de um cenário de indústrias com perdas importantes causadas pelas enchentes registradas entre o final de abril e o início de maio no Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (17), representantes da Fiergs entregaram ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, um documento com mais de 40 medidas consideradas "urgentes e necessárias" para reerguer a indústria gaúcha nesse contexto.
O que pensam os candidatos
Ambos os candidatos à presidência falam sobre este como um momento de reconstrução do setor.
— O Rio Grande do Sul vive um dos momentos mais difíceis de sua história. Esta tragédia levou vidas, deixou famílias sem casas e atingiu empresas e indústrias em quase todo o Rio Grande do Sul. De agora em diante, falaremos muito em reconstrução, e esta será a missão do futuro presidente da Fiergs: atuar na representação do setor industrial em um momento extremamente desafiador — observa Claudio Bier.
O candidato da Chapa 1 ressalta que, desde o começo da tragédia, a Fiergs esteve presente, ajudando com o Banco de Alimentos, atuando como voluntários e auxiliando os governos estadual e municipais em diversas frentes. Para recuperar fábricas e empregos, entende que será preciso força e união dentro da entidade.
Nunnenkamp ressalta que serão necessários foco e energia para promover a reconstrução do setor.
— Quando a água baixar, vamos começar a ver o real impacto. Hoje, já sabemos que houve perda de produção, dificuldade no recebimento de insumo e no escoamento de produtos, porque mesmo as empresas não diretamente atingidas estão quase paradas, e isso também é um problema sério. A missão é grande, mas nossa chapa é composta por pessoas que estão há anos participando do dia a dia da Fiergs e fazendo a política de defesa da entidade — destaca o candidato da Chapa 2.
Entre seus pleitos, Nunnenkamp defende um resgate da participação das bases na Fiergs, a fim de se criar uma entidade "participativa, transparente e plural".