Com o objetivo de reduzir as perdas de água, a Corsan está rastreando por satélite sua rede de distribuição. A partir do escaneamento do subsolo por radares, a companhia projeta diminuir em 25% os vazamentos num prazo de 10 anos.
Dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento apontam que o Rio Grande do Sul perde 41,6% da água tratada no trecho entre as estações e as unidades consumidoras. Com o uso de um satélite concebido originalmente para encontrar água em Marte, a Corsan espera alcançar um índice de 30% até 2033. Não há previsão de redução no custo da tarifa para os consumidores.
— Não podemos estimar redução no custo da tarifa, pois há outros componentes envolvidos. Mas, quem sabe no futuro, pode ocorrer de a tarifa não subir — afirma o diretor de operações da Corsan, José João Fonseca.
Observação até três metros de profundidade
A nova tecnologia identifica a localização precisa de água tratada em contato com o solo a uma profundidade de até três metros, facilitando o emprego da mão-de-obra na perfuração do pavimento. O equipamento está sendo empregado na Região Metropolitana desde a semana passada.
Nesse período, foram escaneados 3,3 mil quilômetros de rede em cinco municípios (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí e Viamão), nos quais em 330 quilômetros havia indício de vazamentos. O trabalho começou pela região devido ao elevado grau de perdas e o forte adensamento urbano. Tão logo o trabalho seja concluído, o escaneamento será feito na Serra.
A identificação dos vazamentos é visualizada nos 16 monitores de 46 polegadas cada um que compõem o Centro de Operações Integradas da Corsan. Situado no Centro Histórico de Porto Alegre, o local abriga 70 operadores atuando 24 horas por dia.
Ocupando uma parede inteira da ampla sala, o telão controla cada etapa da cadeia dos serviços de água e esgoto da Corsan. Eventuais defeitos na captação, tratamento ou distribuição de água, por exemplo, acionam um alarme na tela e permite aos operadores acionar imediatamente os gestores da unidade identificada.
— Aqui é o quartel-general de qualquer crise. Monitoramos o emprego de cada produto químico, como cloro, flúor ou sulfato, garantindo a qualidade da água que entregamos à população — pontua Fonseca.
A construção do centro integrado é resultado dos investimentos que a companhia vem fazendo. Até o final do ano, cerca de R$ 50 milhões serão investidos em melhorias do sistema.