O Tribunal de Falências de Nova York deferiu o requerimento de recuperação judicial feito pela Gol na sexta-feira (26). Com a determinação, os credores ficam proibidos de adquirir bens ou propriedades da empresa aérea e quaisquer ações judiciais contra a companhia são suspensas.
A Gol anunciou na quinta-feira (25) a sua entrada com um pedido de reestruturação de débitos na Justiça dos Estados Unidos, utilizando o Chapter 11, similar ao processo de recuperação judicial no Brasil. A empresa terá acesso a um financiamento de US$ 950 milhões por meio desse procedimento.
O propósito deste processo, conforme declarado pela Gol, é reorganizar suas obrigações financeiras de curto prazo e consolidar sua base de capital para assegurar sua viabilidade no longo prazo. O montante das dívidas da companhia é estimado em R$ 20 bilhões.
Apesar deste trâmite legal, a Gol assegurou que todos os voos estão ocorrendo conforme programado e que todas as reservas e passagens aéreas permanecem válidas. Esta garantia foi reiterada pelo CEO da empresa, Celso Ferrer, em conversa com jornalistas.
A empresa também comunicou que o programa de fidelidade Smiles não sofrerá mudanças e continuará operando normalmente, sem interrupções.
Motivações
Segundo analistas, a Gol apresenta indicadores operacionais sólidos em meio à alta demanda por viagens aéreas no Brasil. Contudo, os altos gastos com leasing (aluguel de aeronaves) e juros têm impactado o fluxo de caixa e o perfil de endividamento.
A empresa também enfrentou desafios de capacidade devido a atrasos na entrega de aeronaves pela Boeing, conforme destacado pelo CEO da empresa, o que limitou o crescimento conforme o planejado.
Outros fatores contribuintes para a situação atual, conforme a empresa, incluem os impactos da pandemia de covid-19, que elevaram os custos com combustível e influenciaram a desvalorização do real em relação ao dólar.