O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a questão do crédito rotativo está sendo discutida pelo governo e pelos agentes do setor privado junto ao Congresso Nacional. Ele disse ainda que as emendas à medida provisória do Desenrola, o programa de renegociação de dívidas do governo federal, devem ser a via de resolução do debate.
— Estamos trabalhando junto ao Congresso — disse ele a jornalistas nesta sexta-feira, na sede do ministério na capital paulista.
Haddad não deu maiores detalhes sobre a expectativa para os resultados dessa discussão.
O atual texto da MP aponta para a substituição do rotativo, linha de crédito voltada a clientes que não pagam a fatura do cartão de crédito, pelo parcelamento da fatura com juros. Outro ponto indica que os juros dessa modalidade seriam limitados a 100% do valor da dívida, em modelo que espelha o adotado no Reino Unido.
Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta semana, em julho os juros no rotativo chegaram a quase 446% ao ano — maior taxa entre as modalidades de crédito oferecidas no país.
Haddad foi questionado ainda sobre a agenda que a Fazenda levará à reunião do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, que acontece na Índia na próxima semana. Segundo ele, a pasta ainda está discutindo quais serão as prioridades que levará ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que participará da reunião.