O Brasil registrou, no mês de maio, saldo positivo de 155.270 empregos com carteira assinada. No Rio Grande do Sul, o movimento foi contrário, com saldo negativo de 2.511 postos de trabalho. Porém, de janeiro a maio, o resultado ainda é positivo, de 53.028 empregos com carteira. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e foram divulgados nesta quinta-feira (29).
O saldo positivo, em maio, foi registrado em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para São Paulo, com 50 mil empregos criados, seguido de Minas Gerais (26 mil), e Espírito Santo (13 mil). As maiores perdas foram registradas em Alagoas, com 8 mil empregos a menos, e Rio Grande do Sul.
No caso gaúcho, houve avanço apenas no setor de serviços, com aumento de quase 2,9 mil vagas. Nos demais, houve recuos, com destaque para a agricultura e pecuária, com 3.187 empregos a menos.
No recorte setorial nacional, o setor de serviços apresentou o maior avanço, com saldo de 83,9 mil vagas, seguido da construção civil, com 28 mil. Completam a lista a agropecuária, com 19,6 mil novos postos; o comércio, com abertura de 15,4 mil vagas; e a indústria, com 8,4 mil. Em um recorte por gênero, o Caged do mês de maio aponta que foram gerados 65 mil postos de trabalho para mulheres e quase 90 mil para homens.
Frustração
Apesar dos números positivos, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o resultado nacional ficou abaixo da expectativa, que era de 180 mil empregos, e atribuiu o resultado à política de juro alto praticada pelo Banco Central.
— O que frustrou um número ainda melhor – o número é positivo, temos de lembrar isso, 155 mil não é desprezível de saldo positivo para o mês de maio –, porém as nossas previsões eram para números ainda maiores. Trabalhávamos com a previsão mínima da ordem de 180 mil empregos. E é flagrante o que leva a esse processo. É exatamente ausência de crédito e, portanto, a ausência de crédito está vinculada diretamente aos juros praticados — afirmou o ministro.
Marinho responsabilizou as autoridades monetárias não só pelo resultado abaixo do esperado como por sacrificar as contas do país:
— Responsabilizo as autoridades, que teriam de ter já iniciado um processo de redução dos juros do país. Os juros praticados, portanto, não se justificam. Na medida que você sacrifica, não somente empregos, está sacrificando as contas também, porque significa que a União tem de pagar mais juros. Ou seja, estamos queimando oportunidades de geração de emprego, queimando oportunidades de ter as contas mais saudáveis.
Saldo de empregos formais no Brasil e no Rio Grande do Sul, em maio, por setor
Brasil
- Serviços: 83.915
- Construção: 27.958
- Agropecuária: 19.559
- Comércio: 15.412
- Indústria: 8.429
- Não identificado: -3
- Total: 155.270
Rio Grande do Sul
- Serviços: 2.899
- Comércio: -373
- Indústria: -534
- Construção: -686
- Agropecuária: -3.817
- Total: -2.511
Por regiões
- Sudeste: 102.749
- Nordeste: 14.683
- Centro-Oeste: 14.473
- Norte: 12.624
- Sul: 8.870
Fonte: Caged/MTE