A produção industrial brasileira apresentou queda de 0,2% em fevereiro ante janeiro deste ano, demonstrou a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (19). De acordo com o instituto, este é o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 0,6%.
— Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no fim do ano passado, este início de 2023 apresenta perda na produção, permanecendo longe de recuperar as perdas do passado recente — destaca o gerente da pesquisa, André Macedo.
Com o resultado, a indústria nacional ficou 19% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011. Na comparação com fevereiro de 2022, a produção industrial apresenta recuo de 2,4%.
Ainda conforme o estudo, entre as 25 atividades pesquisadas, nove apresentaram queda. Entre as mais influentes estão os ramos de produtos alimentícios (-1,1%), produtos químicos (-1,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%). Também as atividades de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%) e de produtos de metal (-1,4%) ajudaram a pressionar a variação negativa da indústria nacional.
Já entre as 16 atividades com alta na produção, há destaque para indústrias extrativas (4,6%), que intensificou a expansão de janeiro (3,4%). Também registraram avanços os setores de bebidas (3,6%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%), de impressão e reprodução de gravações (11,2%), de produtos diversos (4%), de metalurgia (0,8%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (2%).
Distante do pré-pandemia
O levantamento mostrou que a indústria brasileira chegou a fevereiro de 2023 operando 2,6% aquém do patamar de fevereiro de 2020. Apenas sete das 25 atividades investigadas estão operando em nível superior ao pré-crise da pandemia.
Atualmente, os níveis mais elevados em relação ao patamar de fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de outros equipamentos de transporte (16%), produtos do fumo (14,8%), máquinas e equipamentos (7,8%) e alimentícios (5,1%). Também se mantinham acima do pré-pandemia farmoquímicos e farmacêuticos (3,4%), extrativas (3,2%) e celulose e papel (0,1%).
No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar de pré-pandemia são móveis (-23,3%), artigos de vestuário e acessórios (-20,4%), máquinas e materiais elétricos (-19,2%) e couro e calçados (-17,2%).
Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 4,4% acima do nível de fevereiro de 2020, e a fabricação de bens intermediários está 1,2% acima do pré-covid.
— Essa magnitude (de bens de capital) vem perdendo intensidade mês a mês em relação ao patamar pré-pandemia —afirma André Macedo.
Os bens duráveis estão 18,6% abaixo do pré-pandemia, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 6,4% aquém do patamar de fevereiro de 2020.