Uma iniciativa para colocar o município de Rio Grande no mapa da inovação será oficializada no próximo dia 20 de dezembro. Será o lançamento do “Grande Pacto pela Inovação da cidade do Rio Grande”, projeto que reúne forças de atores públicos e privados em prol do desenvolvimento da região em diversas áreas.
Inspirado no Pacto Alegre, que fomenta iniciativas desse porte na capital gaúcha, o pontapé para a ideia no Sul do Estado veio de um programa do Sebrae, chamado Cidade Empreendedora. Ciro Vives, gerente da regional Sul do Sebrae-RS, conta que Rio Grande foi um dos municípios mapeados pelo Sebrae como estratégicos para iniciativas de inovação.
O Cidade Empreendedora se debruça em quatro eixos principais, orientando as prefeituras sobre liderança, desburocratização, compras públicas e privadas e educação empreendedora. Em Rio Grande, a frente do Sebrae se somou a outra iniciativa lançada pelo município, o programa Cidade Inovadora.
Uma consultoria foi contratada para a apontar as diretrizes do projeto conjunto, com a liderança do professor espanhol Josep Piqué, uma referência na área, e assim o Grande Pacto Rio Grande ganhou contornos para a largada.
— Rio grande, com a capacidade de conhecimento que tem, seja pela Furg, pelo Instituto Federal (IFRS), ou pelas particulares, está gerando capital humano há muito tempo. Provoquei entidades diversas para sentarmos e construirmos um plano de desenvolvimento da cidade com a importância de movimentar o nosso ecossistema. Não podemos perder os nossos talentos, mas para isso precisamos de uma cidade com oportunidades, próspera e boa para se morar. É um plano que não é só tecnológico e a nossa missão é ser conhecidos com um grande cluster — comentou o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, sobre a motivação para o projeto.
— Rio Grande está dando um passo muito acelerado em diversas frentes a partir dessa iniciativa — completou Vives, do Sebrae.
Em linha a essas frentes, a prefeitura atualizou neste ano a sua lei municipal de inovação, com a finalidade de agilizar processos internos e apoiar empresas do ramo. A reformulação também instituiu um Fundo de Inovação, que deve levantar R$ 1 bilhão em 2023 para aportes na área.
Um estudo inicial desenvolvido até aqui com o apoio da consultoria apontou gargalos e projetos possíveis, como um diagnóstico de por onde começar. A partir do lançamento, devem-se aprofundar as estratégicas para entregas a curto, médio e longo prazo.
O Oceantec, parque científico e tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), vai abrigar as primeiras movimentações. Uma sede física do Grande Pacto Rio Grande, que funcione como um “QG” do projeto, também está nos planos futuros da iniciativa.
Economia do mar
Além de colocar Rio Grande da vitrine da inovação, umas das metas do Grande Pacto Rio Grande é desenvolver setores que já são de vocação do município, como as atividades ligadas à atividade marítima. Com isso, o município almeja aumentar a base da economia, gerar empregos e impulsionar a indústria de base tecnológica.
— As universidades vêm fazendo esse movimento há alguns anos para criar um ambiente de inovação. Essa articulação com os demais atores é fundamental para desenvolver trabalhos e projetos conjuntos — destacou o reitor da Furg, Danilo Giroldo.
O mote será conectar Rio Grande aos hubs já existentes em outros locais, e estender os benefícios para todo o litoral gaúcho.
— Vamos trabalhar com foco muito grande para a economia do mar, conceito muito além da pesca, mas explorando todos os setores a ele voltados, do turismo à energia renovável. Sobre esse prisma, vamos focar os esforços e diferenciar Rio Grande neste campo, que é a sua vocação. Temos o porto, um distrito industrial com 2 mil hectares para serem desenvolvidos e inúmeras empresas — destaca Artur Roberto De Oliveira Gibbon, presidente do Oceantec, da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp) e um dos coordenadores do projeto.