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Soma dos bens e serviços
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PIB do Brasil tem quinta alta consecutiva, mas desacelera no terceiro trimestre e cresce 0,4%

Tímido avanço do terceiro trimestre foi puxado pelos setores de serviços e indústria

Anderson Aires

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A economia do Brasil apresentou desaceleração no início da segunda metade do ano. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,4% no terceiro trimestre de 2022 ante o acumulado dos três meses anteriores. Essa é a quinta taxa positiva seguida do indicador.  

O resultado tímido ocorre após dois avanços na casa de 1% nos primeiros trimestres do ano. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira (1º). O PIB, que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país, totalizou R$ 2,544 trilhões em valores correntes no período. 

Com esse resultado, o PIB chega ao maior patamar da série histórica, que começou em 1996, e fica 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019. 

O resultado do terceiro trimestre foi puxado pelos resultados dos setores de serviços (1,1%) e da indústria (0,8%). A agropecuária recuou 0,9%.

Ante o terceiro trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,6%.

Setores

No setor de serviços, que responde por cerca de 70% da economia do país, o grupo de informação e comunicação (3,6%) foi o principal destaque no terceiro trimestre, com alta dos serviços de desenvolvimento de software e internet. Em seguida, figuram atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%) e atividades imobiliárias (1,4%). O ramo de outras atividades de serviços, que representa cerca de 23% do total, avançou 1,4%. Essa área inclui segmentos de alojamento e alimentação. 

— As outras atividades de serviços já vêm se recuperando há algum tempo, com a retomada de serviços presenciais que tinham demanda represada durante a pandemia — explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

O comércio é o único segmento dos serviços que ficou no vermelho, com variação de -0,1% no terceiro trimestre. 

— Esse é um cenário que já vínhamos observando na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. O resultado reflete a realocação do consumo das famílias dos bens para os serviços — destaca Rebeca.  

Nas atividades industriais, um dos destaques é o setor de construção, que anotou avanço de 1,1%.

— Essa atividade já vinha crescendo há quatro trimestres e segue aumentando, inclusive em ocupação. Outro destaque do setor é Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, atividade que foi beneficiada pela redução da energia termoelétrica — afirma a coordenadora da pesquisa. 

Rebeca destaca que, na agropecuária, o recuo é explicado pela queda de produção em culturas que têm safra relevante nesse trimestre, como é o caso da cana-de-açúcar e de mandioca. 

Despesas e investimentos

A despesa de consumo das famílias voltou a apresentar alta (1%), mas em ritmo abaixo do observado no segundo trimestre do ano (2,1%). Já o consumo do governo cresceu 1,3%.

O professor Marcos Lélis, da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos, afirma que a desaceleração no consumo das famílias ocorre diante de fatores como endividamento elevado, queda de renda e inflação: 

— As famílias estão consumindo basicamente os itens essenciais. Cada vez sobra menos para sair do essencial. O espaço dentro do orçamento é cada vez menor para outros tipo de consumo. 

A formação bruta de capital fixo, que mostra o nível de investimentos, cresceu 2,8% ante o segundo trimestre, também apresentando ritmo mais lento em relação ao trimestre anterior. Na avaliação do professor da Unisinos, o avanço na formação bruta de capital fixo ocorre na esteira da construção civil, principalmente no âmbito das famílias: 

— Pode ser um efeito que está vindo da construção civil. Não um aumento de capacidade instalada nas empresas. 


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