A taxa Selic é um dos termos mais citados quando o assunto é economia, e entender o que ela significa é tão relevante quanto a sua importância para a atividade econômica do país.
O mercado de crédito no Brasil é balizado por uma taxa básica de juros, a chamada Selic. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir o percentual da taxa adotada e se haverá ajustes nela ou não. O valor é determinante para o mercado financeiro de forma geral, incluindo empréstimos, quase todos os tipos de investimentos e o controle da inflação.
O que é taxa Selic?
A Selic é utilizada para balizar o mercado de crédito geral. Ela serve de parâmetro para todas as outras taxas de juros das mais diversas operações, sejam elas de aplicações e investimentos ou de financiamento imobiliário, por exemplo.
O nome Selic vem de Sistema Especial de Liquidação e Custódia. O sistema é utilizado pelo Banco Central para a remuneração das instituições financeiras em operações com títulos públicos. São empréstimos de curto prazo, feitos entre bancos, e que tem os títulos como garantia. O custo desses empréstimos leva a uma taxa, que é aplicada às operações entre os bancos, e, depois, usada como base de cálculo para outras taxas de juros no país.
Qual a importância da Selic para a economia?
Junto com a inflação oficial medida pelo IPCA, a taxa Selic serve para aquecer e garantir a estabilidade da atividade econômica brasileira. Em patamares baixos, possibilita maior tomada de crédito e financiamentos. Em patamares elevados, ajuda a conter o avanço da variação de preços, já que limita o consumo e, consequentemente, freia a inflação.
A estratégia de combinar a taxa básica de juros a um parâmetro esperado de inflação faz parte da política monetária adotada pelo Banco Central para assegurar o funcionamento da economia.
Adotado em 1999 no país, esse sistema é baseado em metas de inflação e serve de ferramenta para evitar o descontrole de preços. A faixa é fixada periodicamente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2022, o centro da meta da inflação definido foi de 3,5% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, podendo ficar entre 2% e 5%.
Quais os efeitos da taxa Selic no dia a dia?
A taxa Selic é a principal referência para as demais taxas aplicadas no mercado em geral. Assim, ela tem impacto direto na tomada de crédito. Se está elevada, significa que os empréstimos e os financiamentos estarão mais caros. Se está baixa, os juros adotados por bancos e demais instituições financeiras ficam mais baratos.
Esse movimento tem reflexo no consumo. Com juros mais caros, a tendência é de menor intenção em consumir. Do contrário, as taxas mais baixas tendem a aquecer o nível de compras.
E nos investimentos?
Entender o que é a taxa Selic é fundamental para quem quer investir no mercado financeiro. A taxa básica de juros está diretamente ligada a alguns rendimentos que um investidor recebe pelas suas aplicações financeiras.
O aumento da Selic costuma beneficiar os investimentos em renda fixa, que têm remuneração baseada em juros, como poupança, títulos públicos do governo federal, as letras de crédito e os Certificado de Depósito Bancário (CDBs), por exemplo. Do contrário, quando a taxa é baixa, a tendência é de menor retorno nesses investimentos.
Já nos investimentos de renda variável, os efeitos da Selic costumam ser indiretos. Quando o crédito está caro e a economia vai arrefecendo, os resultados das empresas tendem a ser menores, com as ações dessas companhias distribuindo menos dividendos aos seus acionistas.
Os efeitos são caso a caso. Por isso, entender o que é a taxa Selic pode ajudar a tomar decisões mais assertivas tanto nas aplicações financeiras quanto na tomada de crédito.
Qual a taxa Selic hoje
Hoje, a taxa selic está em 11,75% ao ano. O percentual foi reduzido na última reunião do Copom, em 1º de novembro de 2023.
Para acessar os percentuais anteriores e o histórico de taxas, clique aqui.