O Rio Grande do Sul contratou mais do que demitiu no mercado de trabalho formal pelo nono mês consecutivo. Em setembro, o Estado abriu 10,2 mil vagas com carteira assinada. O saldo, que mostra a diferença entre admissões e desligamentos, é ligeiramente maior do que o registrado em agosto. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência nesta quarta-feira (26).
O Estado anotou 113 mil contratações e 102,8 mil demissões no nono mês do ano. O resultado de setembro é superior ao saldo de 9,8 mil vagas observado no mês imediatamente anterior, conforme valores atualizados pelo governo federal nesta quarta-feira. Em setembro do ano passado, o Rio Grande do Sul apresentou saldo positivo de 14,1 mil postos em meio ao processo de retomada após o período mais crítico da pandemia de coronavírus.
No ano, o Estado acumula 102,5 mil postos criados. Em 12 meses, são 120,4 mil. O Caged leva em conta apenas o trabalho formal, e as informações são atualizadas mensalmente, o que pode provocar ajustes nos montantes divulgados em períodos anteriores e, consequentemente, nos acumulados. Desde 2020, o indicador conta com metodologia nova, o que prejudica a comparação de dados atuais com períodos anteriores.
Entre os ramos da economia, o setor de serviços voltou a registrar o melhor desempenho, com criação de 5,9 mil vagas em setembro. Desde a reabertura das atividades diante da melhora do quadro sanitário, esse segmento tem destaque na geração de emprego. Na sequência, comércio (+2,5 mil) e construção (+1,3 mil) completam a parte de cima da tabela. Indústria e agropecuária apresentaram resultados mais tímidos.
O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que a desaceleração do saldo de setembro ante o mesmo mês de 2021 ocorre diante de alguns fatores, como incentivos à manutenção do emprego no ano passado e diferença de base de comparação:
— Uma parte disso eu entendo que se deve ao fato de a gente seguir gerando emprego nos últimos 12 meses. Então, teve um aumento da base de comparação e é natural que o número gerado acabe desacelerando.
Em relação ao avanço de serviços, Frank destaca que o setor segue recuperando espaço perdido durante a pandemia. O economista destaca que o resultado positivo de alguns segmentos, como o de alimentação, corroboram essa avaliação.
Para os próximos meses, o especialista estima sequência da desaceleração da criação de vagas. Isso ocorre porque, com estoque maior de trabalhadores, é mais difícil sustentar números altos, segundo o economista. Aqui no Rio Grande do Sul, resultado positivo na próxima safra de grãos pode mitigar esse processo na comparação com a média nacional, segundo Frank:
— Uma entrada de recursos derivados da colheita pode ajudar a contrabalançar pelo menos em parte esse efeito negativo da desaceleração.
País
No país, o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 278 mil carteiras assinadas em setembro. O dado do mês passado decorreu de 1,926 milhão de admissões e 1,648 milhão de demissões. O resultado veio abaixo do registrado em setembro de 2021, quando foram abertas 330.177 mil vagas formais. Já no mês de agosto deste ano foram criados 285.314 postos de trabalho, levando em conta o número com ajuste.