O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (8) que deu início aos trabalhos do LIFT Challenge - Real Digital, o laboratório de execução de projetos de casos de uso da futura Moeda Digital do Banco Central (CBDC, na sigla em inglês), na última segunda-feira (5).
O LIFT Challenge - Real Digital é uma parceria do BC com a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) e visa identificar as características fundamentais de uma infraestrutura para a CBDC brasileira.
Conforme disse o coordenador da iniciativa do real digital no BC, Fabio Araujo, no início de agosto, a previsão de duração do laboratório é de quatro meses. Ao final do processo, a autoridade monetária espera ter produtos maduros e poder iniciar os testes com a sua CBDC, possivelmente com valores, grupos e regiões limitadas.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem exaltado o modelo pensado para a CBDC brasileira e espera ver a moeda digital em funcionamento em 2024, após ter vários pilotos ao longo do ano que vem.
A ideia do BC é permitir que os bancos tokenizem (representação digital de um ativo) seus depósitos de modo a oferecer aos clientes a possibilidade de usar divisas digitais sem precisar trocar os recursos mantidos no banco por CBDC, que é um passivo direto da autoridade monetária.
Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores, que foi iniciada em abril e durou três meses.
Das 43 propostas apresentadas ao LIFT, não apenas do Brasil, mas também de sete outros países (Alemanha, Estados Unidos, Israel, México, Portugal, Reino Unido e Suécia), nove foram escolhidas para acompanhamento.
Os projetos são os mais variados: aplicações de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos quando tanto o pagador quanto o recebedor se encontram sem acesso à internet (dual offline).
"Com os testes que faremos no LIFT Challenge, várias questões serão esclarecidas, muitas sobre os usos da tecnologia do real digital, mas principalmente sobre as especificações tecnológicas da plataforma que servirá de suporte para as fases seguintes da iniciativa", ressalta Araujo, em uma newsletter do BC que foi distribuída à imprensa.