A elevação da taxa básica de juro (Selic) para 12,75% ao ano, definida nesta quarta-feira (4) pelo Banco Central (BC), amplia a atratividade e a rentabilidade de investimentos em renda fixa pós fixados (taxa conhecida no momento da aplicação, mas com o valor do resgate no vencimento). Esse é o caso dos CDB DI, fundos DI e Tesouro Selic e acontece, de acordo com o estrategista de investimentos do Santander, Arley Junior, porque esses produtos financeiros acompanham o movimento de altas da Selic.
Na mesma linha, ele afirma que existem benefícios associados aos fundos multimercados (que permitem aplicações em diferentes tipos de ativos, como renda fixa, variável e câmbio, no Brasil e no Exterior). Segundo o especialista, as vantagens estão na velocidade e na flexibilidade com que os gestores dessa modalidade podem atuar, conseguindo proporcionar rentabilidade aos investidores mesmo em cenários adversos e imprevistos.
Para quem procura por diversificação, mas não quer correr o risco das oscilações de mercado, uma dica do especialista é sondar as opções disponíveis em Certificados de Operações Estruturadas (COEs). Com estruturas em IPCA e Ibovespa, por exemplo, o retorno estará associado ao desempenho dos índices, porém com proteção de 100% do capital investido, em caso de desvalorização no vencimento da operação.
Já no mercado de renda variável, a alta de juros provoca oscilações e a renda fixa se torna cada vez mais atrativa. Com isso, Arley Junior observa a migração de investimentos e recomenda sempre a diversificação de carteiras equilibradas dentro de cada perfil de investimentos.
Poupança
Por outro lado, o diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro, afirma que, para aportes de baixo valor, a tradicional caderneta segue atrativa em razão das taxas de administração cobradas. Dessa forma, a poupança, que é isenta de Imposto de Renda, supera os fundos com taxas superiores a 2,50% ao ano.
Além disso, no atual cenário, os rendimentos das chamadas antiga e nova poupança foram igualados em 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Até dezembro do ano passado, os depósitos em caderneta posteriores a maio de 2012 (poupança antiga) eram remunerados em 70% do valor estipulado para a taxa de juro.
Já nas operações de crédito, o efeito, destaca Ribeiro, será pequeno, em razão do deslocamento entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores. Na média da pessoa física, calcula, atinge 1.14,64% ao ano e provocam variação de mais de 800% entre as duas pontas.
Confira as simulações
Crédito
Cheque especial
Uso por 20 dias de R$ 1 mil
- Com Selic de 11,75%
Taxa mensal: 7,84%
Valor do juro: R$ 52,27 - Com Selic de 12,75%
Taxa mensal: 7,92%
Valor do juro: R$ 52,80
Elevação de R$ 0,53
Cartão de crédito rotativo
Utilização do rotativo por 30 dias de R$ 3 mil
- Com Selic de 11,75%
Taxa mensal: 13,58%
Valor do juro: 407,40 - Com Selic de 12,75%
Taxa mensal: 13,66%
Valor do juro: R$ 409,80
Elevação de R$ 2,40
Juros do comércio
Compra de uma geladeira de R$ 1,5 mil em financiamento de 12 meses
- Com Selic de 11,75%
Taxa mensal: 5,20%
Valor da parcela: R$ 171,15
Valor total: R$ 2.053,83 - Com Selic de 12,75%
Taxa mensal: 5,28%
Valor da parcela: R$ 171,92
Valor total: R$ 2.063,05
Elevação no mês: R$ 0,77
Elevação total: R$ 9,22
Investimento
Como ficaria uma aplicação financeira no valor de R$ 10 mil pelo prazo de 12 meses com Selic de 12,75% ao ano
- Poupança antiga e nova
Rendimento: R$ 774,00
Total aplicado: R$ 10.744,00 - Fundo de investimento com taxa de administração de 2,50% ao ano
Rendimento: R$ 668,00
Total aplicado: R$ 10.668,00 - Fundo de investimento com taxa de administração de 2% ao ano
Rendimento: R$ 731,00
Total aplicado: R$ 10.731,00 - Fundo de investimento com taxa de administração de 1% ao ano
Rendimento: R$ 834,00
Total aplicado: R$ 10.834,00