O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que impostos sobre a importação de fertilizantes terão que ser zerados se a situação da guerra ficar pior, já que mais de 85% dos insumos utilizados no país são importados.
— Nós estaremos monitorando isso e prontos para reagir na velocidade necessária. Modulação da resposta é o nosso acompanhamento — afirmou.
O ministro admitiu que a crise no fornecimento de fertilizantes, a médio prazo, deve ter algum impacto no preço dos alimentos.
— A curtíssimo prazo, não veria razão para subir tão rápido, safra já está aí e foi plantada — ponderou.
Guedes — que participou nesta sexta-feira (11) do Plano Nacional de Fertilizantes — afirmou que, com o prolongamento da guerra, a preocupação será maior e demandará "esforços fiscais adicionais".
— O preço do petróleo pega tudo. Nossa esperança é que a guerra acabe rapidamente, seria o melhor — completou.
Autonomia
O diretor de programas do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel, disse que o objetivo do Plano Nacional de Fertilizantes é garantir uma autonomia do Brasil de 50% em relação à produção do insumo. Atualmente, mais de 85% dos fertilizantes utilizados no país são importados.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que poderá até um dia zerar a importação dos fertilizantes, mas que o plano não é para autossuficiência. O plano, instituído por decreto assinado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro, prevê ações para a produção do insumo até 2050.
Enquanto conversa para tentar aumentar a importação de países como o Canadá, a ministra completou que é necessário "trabalhar a diplomacia" para ter alternativas se o conflito no Leste Europeu levar a uma suspensão imediata nos embarques, mas que não é isso o que vem acontecendo.
De acordo com a ministra, a Embrapa fará uma caravana para analisar o solo de várias regiões brasileiras.
— Temos safra de verão que precisamos acompanhar de perto. Temos que garantir, se precisar, cota maior de fertilizante — completou.