A despeito da nova recessão técnica no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que a "economia voltou em V" e garantiu que a economia vai crescer em 2022.
— Estamos praticamente de pé. Agora as pessoas estão rolando a desgraça para o ano que vem. Na verdade, eu não sou um ufanista, não estou dizendo que o Brasil é o melhor país do mundo, estou apenas combatendo narrativas falsas de quem quer destruir dinâmica de crescimento. É um processo lento, gradual — afirmou, no Encontro Anual da Indústria Química.
E acrescentou:
— Estou defendendo a possibilidade de o Brasil crescer no ano que vem.
Guedes citou o pedido de 17 setores para manter a desoneração da folha de pagamento.
— Todos sabem que eu gostaria de desonerar a folha de todos os segmentos, e não só desses 17 setores, mas isso seria um outro capítulo da reforma tributária — completou.
Efeito da agropecuária
O ministro da Economia creditou o recuo de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2021 à queda de 8% na agropecuária, afetada por problemas climáticos.
— Isso se dissipa em quatro meses. É igual (o desastre de) Brumadinho — argumentou.
— Sai um PIB negativo, quando você vai olhar, a agricultura desabou 8% por causa de mau tempo, um acaso. Os críticos de sempre aparecem e dizem que acabou o crescimento. Senhores, a recuperação em V já aconteceu, acabou. O PIB já voltou. Esquece, não tem mais V — afirmou.
Juros e inflação
O ministro da Economia reconheceu que a escalada dos juros para combater a inflação irá desacelerar crescimento econômico em 2022, mas argumentou que o governo confia na retomada dos investimentos.
— A subida de juros desacelera crescimento, mas taxa de investimento é sinal de crescimento à frente. Eu não estou tentando prever quanto será o crescimento, mas quero colocar um ceticismo sobre essas previsões de queda do PIB ou crescimento zero — afirmou.
Na quinta-feira, a pasta destacou que a taxa de poupança chegou a 18,6% do PIB no terceiro trimestre deste ano, retornando ao mesmo nível do terceiro trimestre de 2014. Já a taxa de investimento alcançou 19,4% do PIB, mesmo patamar do começo da década passada.