Em meio à crise de energia que afeta o Brasil, a indústria pode sofrer impactos que chegarão ao consumidor no produto final. Segundo Edilson Deitos, diretor e coordenador do Grupo Temático de Energia do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a alteração no preço dos produtos estará somada também ao aumento do custo das commodities junto com a inflação.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Deitos disse que a indústria terá um impacto de 6,78% com o recente aumento da energia. Dependendo do setor, se for eletrointensivo, o valor da porção do produto pode sofrer maiores variações. No geral, o impacto no produto final fica em 0,36%.
— Hoje dependemos do clima. O cenário cada vez pesa mais, e isso vem se confirmando — disse.
O diretor disse que ainda o país não chegou ao patamar de 2001, quando houve uma crise de abastecimento pior do que a que ocorre neste ano, quando houve racionamento compulsório no consumo de energia.
Em busca de uma solução, Deitos disse que empresas ligadas em tensão devem ser as primeiras a serem desativadas em alguns pontos, caso necessário. Geradores de energia a combustível - utilizados para reforçar o fornecimento de energia nos horários de pico - sejam reativados, recomenda Deitos.
Em nome da Fiergs, o diretor disse que a entidade apoia o retorno do horário de verão no país.
— Qualquer alívio na carga é bem-vindo. Nos últimos anos, a economia ficou muito pequena, mas agora vale a intenção — concluiu.