O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Rios Neto, empossado esta semana, afirmou que o órgão está preparado tecnicamente para realizar o Censo Demográfico em 2021, a depender das condições sanitárias.
Outra necessidade é a recomposição integral do Orçamento de R$ 2 bilhões, e a tempo de que os preparativos sejam retomados de forma a levar a campo a coleta ainda este ano. Com o cronograma atrasado em decorrência do corte orçamentário, já não é possível iniciar a coleta em 1º de agosto, conforme previsto inicialmente.
— O projeto do Censo Demográfico está pronto, estamos preparados para sua realização em 2021. Isso significa adiar o início da coleta para algum momento em setembro ou outubro — informou Rios Neto, na primeira entrevista coletiva concedida à imprensa, virtualmente, nesta sexta-feira (30).
Rios Neto lembrou que o isolamento social foi um marco para a decisão de adiar o Censo Demográfico de 2020, mas que o órgão se preparou para levar o levantamento a campo este ano, a despeito da pandemia de covid-19. Segundo ele, a direção foi surpreendida pelo corte orçamentário, que reduziu a verba para o Censo em mais de 90%.
A realização do Censo durante a pandemia se basearia em três pilares: diferentes métodos de coleta (presencial e remoto, com entrevistas por telefone e questionários de internet), procedimentos de segurança dos envolvidos na operação (como uso de equipamentos de proteção e tentativa de vacinação de trabalhadores) e treinamento dos mais de 200 mil contratados combinando as modalidades a distância e presencial.
— Diferentemente daqueles que propunham adiamento do Censo para 2022, eu defendia viabilidade técnica de sua realização em 2021 — completou o presidente do IBGE.
Ele afirmou ainda que, neste momento, compete ao instituto assistir os poderes Legislativo e Executivo até que os desdobramentos da liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando a realização do Censo este ano sejam avaliados. Ele reconhece, porém, que a pandemia é um desafio e fator de incerteza. Para a ele, a questão da cobertura da vacinação será um "parâmetro importante para essa decisão" de iniciar a coleta em campo.
Um segundo cenário seria fazer o levantamento censitário em 2022, mas os preparativos necessitam de um aporte maior do que o previsto no orçamento deste ano, ponderou.
Ainda na coletiva, Rios Neto se disse ciente de que o cargo de presidente do IBGE traz consigo um grande desafio e enorme responsabilidade, como a missão de realização do Censo e a obrigação de continuar gerando indicadores econômicos e sociais. No entanto, ele afirma que tem se preparado para o desafio, tendo como base especialmente sua experiência de dois anos no cargo de diretor de Pesquisas do órgão.