A liberação para que o comércio não essencial possa funcionar no próximo sábado (3), como tentativa de impulsionar as vendas da Páscoa, foi bem recebida por empresários gaúchos. No entanto, conforme representantes de setores, para amenizar o impacto da pandemia do coronavírus na economia, a medida precisa de continuidade.
A autorização foi anunciada pelo governo do RS após reunião do Gabinete de Crise na manhã desta quinta-feira (1º). Dessa forma, foi permitida a abertura de estabelecimentos que oferecem atividades não essenciais, como comércio e restaurantes, no sábado (3), com as mesmas restrições de horário dos dias úteis.
Pela regra atual, mesmo na cogestão, o comércio não essencial no Estado não pode funcionar aos finais de semana e feriados. Assim, a abertura dos locais segue suspensa durante a Sexta-feira Santa (2) e o domingo de Páscoa (4).
Na visão da presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no RS, Maria Fernanda Tartoni, a recuperação da crise precisa de medidas mais flexíveis de forma mais seguida.
— A abertura no sábado é uma boa notícia, o final de semana é fundamental para o faturamento dos bares e restaurantes. Porém, precisamos de continuidade e uma situação bem definida para buscarmos uma recuperação da crise que o setor enfrenta. Abrir esse sábado vai ajudar, mas também é necessário a liberação no funcionamento aos domingos, feriados e com horários mais flexíveis que os atuais — defendeu a presidente.
Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Irio Piva, avalia que, apesar de a autorização ter chegado um tanto em cima da hora, a mudança é bastante positiva. Ele avalia que agora os estabelecimentos precisarão se organizar e convocar funcionários que estariam de folga, por exemplo.
— O comércio lida com previsibilidade, pois dependemos de pessoas, não só o público, mas a equipe. Então, os lojistas vão precisar se organizar. Mesmo assim, é algo muito bom, pois estamos diante de um feriado importante e o sábado é o principal dia do comércio não essencial. Vínhamos lutando para poder abrir nesse dia, então cada conquista deve ser apreciada — disse Piva.
Para o presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, falta "sensibilidade" ao poder público:
— A única boa notícia é que vamos abrir no sábado. No mais, tudo se mantém como está, com nosso setor andando ladeira abaixo e uma total falta de sensibilidade por parte do poder público frente à crise instaurada no nosso setor — avaliou Chmelnitsky.
Já o presidente da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski, avalia que o governo "se mostrou sensível" à situação do comércio. Foi da AGV que partiu a sugestão de abertura do comércio não essencial neste sábado. Conforme noticiou a colunista de GZH, Giane Guerra, o pedido foi feito na última terça-feira (30) e chegou a incluir a proposta de uma compensação, com o fechamento das lojas na segunda-feira, o que não será preciso.
— É uma das datas mais importantes do varejo. O governo do Estado se mostrou sensível. Pedimos à população que tome cuidado para mantermos o varejo aberto por mais tempo —comentou Galbinski.